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Fernando Assis Pacheco

Portugal
1 Fev 1937 // 30 Nov 1995
Jornalista/Crítico/Tradutor/Escritor

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7 Poemas



Seria o Amor Português (1)

Muitas vezes te esperei, perdi a conta,/ longas manhãs te esperei tremendo/ no patamar dos olhos. Que me importa/ que batam à porta, façam chegar/ jornais, ou cartas, de amizade um pouco/ — tanto pó ...

Um Campo Batido pela Brisa (2)

A tua nudez inquieta-me./ / Há dias em que a tua nudez/ é como um barco subitamente entrado pela barra./ Como um temporal. Ou como/ certas palavras ainda não inventadas,/ certas posições na guitarra/...

Preso Político (3)

1/ / Quiseram pôr-me inteiro numa ficha./ O dia e a noite são iguais por dentro./ Não há papel que conte a minha vida/ mais que estes versos de punhal à cinta./ A barba cresce, e cresce a voz armada/...
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As Putas da Avenida (4)

Eu vi gelar as putas da Avenida/ ao griso de Janeiro e tive pena/ do que elas chamam em jargão a vida/ com um requebro triste de açucena/ / vi-as às duas e às três falando/ como se fala antes de entr...

Genérico (5)

E tu, meu pai? Adivinho esses vidrilhos/ das lágrimas quebrando/ um a um na boca triste mas/ por dentro, para que digamos/ mais tarde, sem invenção escusada:/ o pai não chorou./ / Eu soube das tuas f...

A Bela do Bairro (6)

Ela era muito bonita e benza-a Deus/ muito puta que era sempre à espera/ dos pagantes à janela do rés-do-chão/ mas eu teso e pior que isso néscio desses amores/ tenho o quê? Quinze anos/ tenho o quê ...
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Os Anos Quarenta (7)

Amo-te mais quando olho quando/ para a torneira do gás quando estou nu à noite quando/ e começo a mexer em pânico os ossos da mão direita/ há domingos há a infância em que se parou numas escadas alta...


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