ter-te suspensa/ do meu lume/ na fogosa boca/ o ardume/ a explodir/ tu/ ardida e intacta/ sonho e nuvem/ voz exacta/ um soltar/ de aves/ em pânico/ na relva do olhar/ / Fernando Namora, in 'Nome P...
Fazer das coisas fracas um poema./ / Uma árvore está quieta,/ murcha, desprezada./ Mas se o poeta a levanta pelos cabelos/ e lhe sopra os dedos,/ ela volta a empertigar-se, renovada./ E tu, que não s...
Secreto me acho/ e secreto me sentes/ quando/ secreto me julgas,/ Impuro me reconheço/ quando/ o nosso silêncio/ são vozes turbas./ Dúbio é o desejo/ quando/ não é transparente/ a água em que se deit...
Se te pedirem, amor, se te pedirem/ que contes a velha história/ da nau que partiu/ e se perdeu,/ não contes, amor, não contes/ que o mar és tu/ e a nau sou eu./ / E se pedirem, amor, e se pedirem/ q...
Que ninguém hoje me diga nada./ Que ninguém venha abrir a minha mágoa,/ esta dor sem nome/ que eu desconheço donde vem/ e o que me diz./ É mágoa./ Talvez seja um começo de amor./ Talvez, de novo, a d...
Ténue é o cais/ no Inverno frio./ Ténue é o voo/ do pássaro cinzento./ Ténue é o sono/ que adormece o navio./ No vago cais/ do balouço da bruma/ ténue é a estrela/ que um peixe morde./ Ténue é o port...
António, é preciso partir!/ o moleiro não fia,/ a terra é estéril,/ a arca vazia,/ o gado minga e se fina!/ António, é preciso partir!/ A enxada sem uso,/ o arado enferruja,/ o menino quere o pão; a ...
Quando nasci, entre rendas e afagos egoístas,/ os rouxinóis, pela noite, namoravam a Primavera... / / Os sinos ficaram tolhidos e tristes/ Como se os meus gritos lhes pesassem na alma./ / Minha Mãe, ...
Meu corpo estiraçado, lânguido, ao logo do leito./ / O cigarro vago azulando os meus dedos./ / O rádio... a música.../ / A tua presença que esvoaça/ em torno do cigarro, do ar, da música.../ / Ausênc...
Onde ficava o mundo?/ Só pinhais, matos, charnecas e milho/ para a fome dos olhos./ Para lá da serra, o azul de outra serra e outra serra ainda./ E o mar? E a cidade? E os rios?/ Caminhos de pedra, s...
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