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13 Poemas
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Procuro-te (1)
Procuro a ternura súbita,/ os olhos ou o sol por nascer/ do tamanho do mundo,/ o sangue que nenhuma espada viu,/ o ar onde a respiração é doce,/ um pássaro no bosque/ com a forma de um grito de ...
insinceridade (2)
quis-nos aos dois enlaçados/ meu amor ao lusco-fusco/ mas sem saber o que busco:/ há poentes desolados/ e o vento às vezes é brusco/ / nem o cheiro a maresia/ a rebate nas marés/ na costa de lé...
O Palácio da Ventura (3)
Sonho que sou um cavaleiro andante./ Por desertos, por sóis, por noite escura,/ Paladino do amor, busco anelante/ O palácio encantado da Ventura!/ / Mas já desmaio, exausto e vacilante,/ Quebrada ...
Escavação (4)
Numa ânsia de ter alguma cousa,/ Divago por mim mesmo a procurar,/ Desço-me todo, em vão, sem nada achar,/ E a minh'alma perdida não repousa./ / Nada tendo, decido-me a criar:/ Brando a espada: s...
Prince Charmant (5)
No lânguido esmaecer das amorosas/ Tardes que morrem voluptuosamente/ Procurei-O no meio de toda a gente./ Procurei-O em horas silenciosas/ / Das noites da minh'alma tenebrosas!/ Boca sangrando beij...
Livro de Sóror Saudade
Livro de Sóror Saudade
Desencontro (6)
Só quem procura sabe como há dias/ de imensa paz deserta; pelas ruas/ a luz perpassa dividida em duas:/ a luz que pousa nas paredes frias,/ outra que oscila desenhando estrias/ nos corpos ascendent...
O Mar é Longe, mas Somos Nós o Vento (7)
O mar é longe, mas somos nós o vento;/ e a lembrança que tira, até ser ele,/ é doutro e mesmo, é ar da tua boca/ onde o silêncio pasce e a noite aceita./ Donde estás, que névoa me perturba/ ...
Terra - 24 (8)
António, é preciso partir!/ o moleiro não fia,/ a terra é estéril,/ a arca vazia,/ o gado minga e se fina!/ António, é preciso partir!/ A enxada sem uso,/ o arado enferruja,/ o menino quere o ...
Uma Certa Quantidade (9)
Uma certa quantidade de gente à procura/ de gente à procura duma certa quantidade/ / Soma:/ uma paisagem extremamente à procura/ o problema da luz (adrede ligado ao problema da vergonha)/ e o prob...
Em Busca (10)
Ponho os olhos em mim, como se olhasse um estranho,/ E choro de me ver tão outro, tão mudado.../ Sem desvendar a causa, o Ãntimo cuidado/ Que sofro do meu mal — o mal de que provenho./ / Já nã...
