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Mário de Sá-Carneiro

Portugal
19 Mai 1890 // 26 Abr 1916
Poeta/Contista/Ficcionista

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23 Poemas

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Quási (1)

Um pouco mais de sol - eu era brasa,/ Um pouco mais de azul - eu era além./ Para atingir, faltou-me um golpe d'asa.../ Se ao menos eu permanecesse àquem.../ / Assombro ou paz? Em vão... Tudo esvaído/...

Como Eu não Possuo (2)

Olho em volta de mim. Todos possuem -/ Um afecto, um sorriso ou um abraço./ Só para mim as ânsias se diluem/ E não possuo mesmo quando enlaço./ / Roça por mim, em longe, a teoria/ Dos espasmos golfad...

Dispersão (3)

Perdi-me dentro de mim/ Porque eu era labirinto,/ E hoje, quando me sinto,/ É com saudades de mim./ / Passei pela minha vida/ Um astro doido a sonhar./ Na ânsia de ultrapassar,/ Nem dei pela minha vi...
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Alcool (4)

Guilhotinas, pelouros e castelos/ Resvalam longamente em procissão;/ Volteiam-me crepúsculos amarelos,/ Mordidos, doentios de roxidão./ / Batem asas d'auréola aos meus ouvidos,/ Grifam-me sons de côr...

Escavação (5)

Numa ânsia de ter alguma cousa,/ Divago por mim mesmo a procurar,/ Desço-me todo, em vão, sem nada achar,/ E a minh'alma perdida não repousa./ / Nada tendo, decido-me a criar:/ Brando a espada: sou l...

7 (6)

Eu não sou eu nem sou o outro,/ Sou qualquer coisa de intermédio:/ Pilar da ponte de tédio/ Que vai de mim para o Outro./ / Mário de Sá-Carneiro, in 'Indícios de Oiro'...
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Vontade de Dormir (7)

Fios d'ouro puxam por mim/ A soerguer-me na poeira -/ Cada um para o seu fim,/ Cada um para o seu norte.../ / . . . . . . . . . . . . . . ./ / - Ai que saudade da morte.../ / . . . . . . . . . . . . ...

Além-Tédio (8)

Nada me expira já, nada me vive -/ Nem a tristeza nem as horas belas./ De as não ter e de nunca vir a tê-las,/ Fartam-me até as coisas que não tive./ / Como eu quisera, emfim de alma esquecida,/ Dorm...

Partida (9)

Ao ver escoar-se a vida humanamente/ Em suas águas certas, eu hesito,/ E detenho-me às vezes na torrente/ Das coisas geniais em que medito./ / Afronta-me um desejo de fugir/ Ao mistério que é meu e m...

A Inegualável (10)

Ai, como eu te queria toda de violetas/ E flébil de setim.../ Teus dedos longos, de marfim,/ Que os sombreassem joias pretas.../ / E tão febril e delicada/ Que não podesses dar um passo -/ Sonhando e...
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