Fernando Pessoa

Portugal
13 Jun 1888 // 30 Nov 1935
Poeta

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90 Poemas

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Às Vezes Entre a Tormenta (41)

Às vezes entre a tormenta,/ quando já umedeceu,/ raia uma nesga no céu,/ com que a alma se alimenta./ / E às vezes entre o torpor/ que não é tormenta da alma,/ raia uma espécie de calma/ que n...

Pobre Velha Música! (42)

Pobre velha música!/ Não sei por que agrado,/ Enche-se de lágrimas/ Meu olhar parado./ / Recordo outro ouvir-te,/ Não sei se te ouvi/ Nessa minha infância/ Que me lembra em ti./ / Com que ânsia...

O Andaime (43)

O tempo que eu hei sonhado/ Quantos anos foi de vida!/ Ah, quanto do meu passado/ Foi só a vida mentida/ De um futuro imaginado!/ / Aqui à beira do rio/ Sossego sem ter razão./ Este seu correr vaz...
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Grandes Mistérios Habitam (44)

Grandes mistérios habitam/ O limiar do meu ser,/ O limiar onde hesitam/ Grandes pássaros que fitam/ Meu transpor tardo de os ver./ / São aves cheias de abismo,/ Como nos sonhos as há./ Hesito se ...

A Minha Vida é um Barco Abandonado (45)

A minha vida é um barco abandonado/ Infiel, no ermo porto, ao seu destino./ Por que não ergue ferro e segue o atino/ De navegar, casado com o seu fado?/ / Ah! falta quem o lance ao mar, e alado/ To...

Dizem? (46)

Dizem?/ Esquecem./ Não dizem?/ Disseram./ / Fazem?/ Fatal./ Não fazem?/ Igual./ / Por quê/ Esperar?/ Tudo é/ Sonhar./ / Fernando Pessoa, in Cancioneiro ...
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Cansa Sentir Quando se Pensa (47)

Cansa sentir quando se pensa./ No ar da noite a madrugar/ Há uma solidão imensa/ Que tem por corpo o frio do ar./ / Neste momento insone e triste/ Em que não sei quem hei de ser,/ Pesa-me o inform...

Contemplo o Lago Mudo (48)

Contemplo o lago mudo/ Que uma brisa estremece./ Não sei se penso em tudo/ Ou se tudo me esquece./ / O lago nada me diz,/ Não sinto a brisa mexê-lo/ Não sei se sou feliz/ Nem se desejo sê-lo./ /...

Da Minha Idéia do Mundo (49)

Da minha idéia do mundo/ Caí.../ Vácuo além do profundo,/ Sem ter Eu nem Ali.../ / Vácuo sem si-próprio, caos/ De ser pensado como ser.../ Escada absoluta sem degraus.../ V...

Em Horas inda Louras, Lindas (50)

Em horas inda louras, lindas/ Clorindas e Belindas, brandas,/ Brincam no tempo das berlindas,/ As vindas vendo das varandas,/ De onde ouvem vir a rir as vindas/ Fitam a fio as frias bandas./ / Mas em...
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