Fernando Pessoa

Portugal
13 Jun 1888 // 30 Nov 1935
Poeta

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90 Poemas

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Fresta (61)

Em meus momentos escuros/ Em que em mim não há ninguém,/ E tudo é névoas e muros/ Quanto a vida dá ou tem,/ / Se, um instante, erguendo a fronte/ De onde em mim sou aterrado,/ Vejo o longínquo...

Assim, Sem Nada Feito e o Por Fazer (62)

Assim, sem nada feito e o por fazer/ Mal pensado, ou sonhado sem pensar,/ Vejo os meus dias nulos decorrer,/ E o cansaço de nada me aumentar./ / Perdura, sim, como uma mocidade/ Que a si mesma se so...

Aqui Onde se Espera (63)

Aqui onde se espera/ - Sossego, só sossego -/ Isso que outrora era,/ / Aqui onde, dormindo,/ -Sossego, só sossego-/ Se sente a noite vindo,/ / E nada importaria/ -Sossego, só sossego-/ Que fosse a...
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Fosse eu Apenas, não Sei Onde ou Como (64)

Fosse eu apenas, não sei onde ou como,/ Uma coisa existente sem viver,/ Noite de Vida sem amanhecer/ Entre as sirtes do meu dourado assomo..../ / Fada maliciosa ou incerto gnomo/ Fadado houvesse de ...

Ilumina-se a Igreja por Dentro da Chuva (65)

Ilumina-se a igreja por dentro da chuva deste dia,/ E cada vela que se acende é mais chuva a bater na vidraça.../ / Alegra-me ouvir a chuva porque ela é o templo estar aceso,/ E as vidraças da ig...

Em Busca da Beleza (66)

Soam vãos, dolorido epicurista,/ Os versos teus, que a minha dor despreza;/ Já tive a alma sem descrença presa/ Desse teu sonho, que perturba a vista./ / Da Perfeição segui em vã conquista,/ Ma...
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Dobre (67)

Peguei no meu coração/ E pu-lo na minha mão/ / Olhei-o como quem olha/ Grãos de areia ou uma folha./ / Olhei-o pávido e absorto/ Como quem sabe estar morto;/ / Com a alma só comovida/ Do sonho ...

Mensagem - O Encoberto (68)

O ENCOBERTO/ / Pax In Excelsis/ / I. Os Símbolos/ / Primeiro / D. Sebastião/ / ’Sperai! Caí no areal e na hora adversa/ Que Deus concede aos seus/ Para o intervalo em que esteja a alma imersa/ E...

Abdicação (69)

Toma-me, ó noite eterna, nos teus braços/ E chama-me teu filho./ Eu sou um rei/ que voluntariamente abandonei/ O meu trono de sonhos e cansaços./ / Minha espada, pesada a braços lassos,/ Em mão ...

Abismo (70)

Olho o Tejo, e de tal arte/ Que me esquece olhar olhando,/ E súbito isto me bate/ De encontro ao devaneando —/ O que é sério, e correr?/ O que é está-lo eu a ver?/ / Sinto de repente pouco,/ V...
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