Florbela Espanca

Portugal
8 Dez 1894 // 8 Dez 1930
Poetisa

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135 Poemas

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Hora que Passa (81)

Vejo-me triste, abandonada e só/ Bem como um cão sem dono e que o procura/ Mais pobre e desprezada do que Job/ A caminhar na via da amargura!/ / Judeu Errante que a ninguém faz dó!/ Minh'alma tri...
Livro de Sóror Saudade

Lembrança (82)

Fui Essa que nas ruas esmolou/ E fui a que habitou Paços Reais;/ No mármore de curvas ogivais/ Fui Essa que as mãos pálidas poisou.../ / Tanto poeta em versos me cantou!/ Fiei o linho à porta do...
Charneca em Flor

A Minha Dor (83)

A minha Dor é um convento ideal/ Cheio de claustros, sombras, arcarias,/ Aonde a pedra em convulsões sombrias/ Tem linhas dum requinte escultural./ / Os sinos têm dobres de agonias/ Ao gemer, como...
Livro de Mágoas
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As Minhas Mãos (84)

As minhas mãos magritas, afiladas,/ Tão brancas como a água da nascente,/ Lembram pálidas rosas entornadas/ Dum regaço de Infanta do Oriente./ / Mãos de ninfa, de fada, de vidente,/ Pobrezinhas...
Charneca em Flor

Caravelas (85)

Cheguei a meio da vida já cansada/ De tanto caminhar! Já me perdi!/ Dum estranho país que nunca vi/ Sou neste mundo imenso a exilada./ / Tanto tenho aprendido e não sei nada./ E as torres de marf...
Livro de Sóror Saudade

Minha Culpa (86)

A Artur Ledesma/ / Sei lá! Sei lá! Eu sei lá bem/ Quem sou?! Um fogo-fátuo, uma miragem.../ Sou um reflexo... um canto de paisagem/ Ou apenas cenário! Um vaivém.../ / Como a sorte: hoje aqui, d...
Charneca em Flor
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Mais Triste (87)

É triste, diz a gente, a vastidão/ Do mar imenso! E aquela voz fatal/ Com que ele fala, agita o nosso mal!/ E a Noite é triste como a Extrema-Unção!/ / É triste e dilacera o coração/ Um poent...
Livro de Mágoas

Versos de Orgulho (88)

O mundo quer-me mal porque ninguém/ Tem asas como eu tenho! Porque Deus/ Me fez nascer Princesa entre plebeus/ Numa torre de orgulho e de desdém!/ / Porque o meu Reino fica para Além!/ Porque trag...
Charneca em Flor

Nostalgia (89)

Nesse País de lenda, que me encanta,/ Ficaram meus brocados, que despi,/ E as jóias que p'las aias reparti/ Como outras rosas de Rainha Santa!/ / Tanta opala que eu tinha! Tanta, tanta!/ Foi por lÃ...
Charneca em Flor

O Meu Orgulho (90)

Lembro-me o que fui dantes. Quem me dera/ Não me lembrar! Em tardes dolorosas/ Lembro-me que fui a Primavera/ Que em muros velhos faz nascer as rosas!/ / As minhas mãos outrora carinhosas/ Pairavam...
Livro de Sóror Saudade
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