13 Poemas
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Cansaço (1)
O que há em mim é sobretudo cansaço — / Não disto nem daquilo, / Nem sequer de tudo ou de nada: / Cansaço assim mesmo, ele mesmo, / Cansaço. / / A subtileza das sensações inúteis, / As pai...
Necrológio dos Desiludidos do Amor (2)
Os desiludidos do amor/ estão desfechando tiros no peito./ Do meu quarto ouço a fuzilaria./ As amadas torcem-se de gozo./ Oh quanta matéria para os jornais./ / Desiludidos mas fotografados,/ escre...
Mendiga (3)
Na vida nada tenho e nada sou;/ Eu ando a mendigar pelas estradas.../ No silêncio das noites estreladas/ Caminho, sem saber para onde vou!/ / Tinha o manto do sol... quem mo roubou?!/ Quem pisou min...
Charneca em Flor
Charneca em Flor
Maldição (4)
Se por vinte anos, nesta furna escura,/ Deixei dormir a minha maldição,/ - Hoje, velha e cansada da amargura,/ Minh'alma se abrirá como um vulcão./ / E, em torrentes de cólera e loucura,/ Sobre ...
Hora que Passa (5)
Vejo-me triste, abandonada e só/ Bem como um cão sem dono e que o procura/ Mais pobre e desprezada do que Job/ A caminhar na via da amargura!/ / Judeu Errante que a ninguém faz dó!/ Minh'alma tri...
Livro de Sóror Saudade
Livro de Sóror Saudade
Princesa Desalento (6)
Minh'alma é a Princesa Desalento,/ Como um Poeta lhe chamou, um dia./ É revoltada, trágica, sombria,/ Como galopes infernais de vento!/ / É frágil como o sonho dum momento,/ Soturna como preces ...
Livro de Sóror Saudade
Livro de Sóror Saudade
Visão (7)
(A J. M. Eça de Queiroz)/ / Eu vi o Amor — mas nos seus olhos baços/ Nada sorria já: só fixo e lento/ Morava agora ali um pensamento/ De dor sem trégua e de íntimos cansaços./ / Pairava, com...
Para Quê?! (8)
Tudo é vaidade neste mundo vão .../ Tudo é tristeza, tudo é pó, é nada!/ E mal desponta em nós a madrugada,/ Vem logo a noite encher o coração!/ / Até o amor nos mente, essa canção/ Que o...
Livro de Mágoas
Livro de Mágoas
O Meu Condão (9)
Quis Deus dar-me o condão de ser sensível/ Como o diamante à luz que o alumia,/ Dar-me uma alma fantástica, impossível:/ - Um bailado de cor e fantasia!/ / Quis Deus fazer de ti a ambrosia/ Dest...
Charneca em Flor
Charneca em Flor
Voz de Outono (10)
Ouve tu, meu cansado coração,/ O que te diz a voz da Natureza:/ — «Mais te valera, nú e sem defesa,/ Ter nascido em aspérrima soidão,/ / Ter gemido, ainda infante, sobre o chão/ Frio e cruel...
