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José Sobral de Almada Negreiros

Portugal
7 Abr 1893 // 15 Jun 1970
Artista plástico/Poeta/Ensaísta/Romancista/Dramaturgo e Coreógrafo

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11 Poemas

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Canção da Saudade (1)

Se eu fosse cego amava toda a gente./ / Não é por ti que dormes em meus braços que sinto amor. Eu amo a minha irmã gemea que nasceu sem vida, e amo-a a fantazia-la viva na minha edade./ / Tu, meu amo...

A Taça de Chá (2)

O luar desmaiava mais ainda uma máscara caida nas esteiras bordadas. E os bambús ao vento e os crysanthemos nos jardins e as garças no tanque, gemiam com elle a advinharem-lhe o fim. Em róda tombávam...

Mãe! (3)

Mãe! a oleografia está a entornar o amarelo do Deserto por cima da/ minha vida. O amarelo do Deserto é mais comprido do que um dia todo!/ Mãe! eu queria ser o árabe! Eu queria raptar a menina loira!/...
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Primavera (4)

O sol vae esmolando os campos com bôdos de oiro./ / A pastorinha aquecida vae de corrida a mendigar a sombra do chorão corcunda, poeta romantico que tem paixão p'la fonte./ / Espreita os campos, e os...

A Sésta (5)

Pierrot escondido por entre o amarello dos gyrassois espreita em cautela o somno d'ella dormindo na sombra da tangerineira. E ella não dorme, espreita tambem de olhos descidos, mentindo o sôno, as ve...

O Echo (6)

Tão tarde. Adão não vem? Aonde iria Adão?!/ Talvez que fosse á caça; quer fazer surprezas com alguma côrça branca lá da floresta./ Era p'lo entardecer, e Eva já sentia cuidados por tantas demoras./ F...
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Trevas (7)

De dia não se via nada, mas p'la tardinha já se apercebia gente que vinha de punhaes na mão, devagar, silenciosamente, nascendo dos pinheiros e morrendo nelles. E os punhaes não brilhavam: eram luzes...

Ciumes (8)

Pierrot dorme sobre a relva junto ao lago. Os cisnes junto d'elle passam sêde, não n'o acordem ao beber./ / Uma andorinha travêssa, linda como todas, avôa brincando rente á relva e beija ao passar o ...

Canção (9)

A pastorinha morreu, todos estão a chorar. Ninguem a conhecia e todos estão a chorar./ / A pastorinha morreu, morreu de seus amôres. Á beira do rio nasceu uma arvore e os braços da arvore abriram-se ...

Ruinas (10)

Pandeiros rôtos e côxas táças de crystal aos pés da muralha./ / Heras como Romeus, Julietas as ameias. E o vento toca, em bandolins distantes, surdinas finas de princezas mortas./ / Poeiras adormecid...
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