Ricardo Reis
(Heterónimo de Fernando Pessoa)

Portugal
n. 19 Set 1887


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128 Poemas

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Acima da Verdade Estão os Deuses (71)

Acima da verdade estão os deuses./ A nossa ciência é uma falhada cópia/ Da certeza com que eles/ Sabem que há o Universo./ / Tudo é tudo, e mais alto estão os deuses,/ Não pertence à ciênci...

Aguardo, Equânime, o que não Conheço (72)

Aguardo, equânime, o que não conheço —/ Meu futuro e o de tudo./ No fim tudo será silêncio, salvo/ Onde o mar banhar nada./ / Ricardo Reis, in Odes / Heterónimo de Fernando Pessoa...

Melhor Destino que o de Conhecer-se (73)

Melhor destino que o de conhecer-se/ Não frui quem mente frui. Antes, sabendo,/ Ser nada, que ignorando:/ Nada dentro de nada./ Se não houver em mim poder que vença/ As Parcas três e as moles do ...
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A Vida Passa como se Temêssemos (74)

Deixemos, Lídia, a ciência que não põe/ Mais flores do que Flora pelos campos,/ Nem dá de Apolo ao carro/ Outro curso que Apolo./ / Contemplação estéril e longínqua/ Das coisas próximas, de...

Não Sei de quem Recordo meu Passado (75)

Não sei de quem recordo meu passado/ Que outrem fui quando o fui, nem me conheço/ Como sentindo com minha alma aquela/ Alma que a sentir lembro./ De dia a outro nos desamparamos./ Nada de verdadeir...

Não Quero, Cloe, teu Amor, que Oprime (76)

Não quero, Cloe, teu amor, que oprime/ Porque me exige amor. Quero ser livre./ / A 'sperança é um dever do sentimento./ / Ricardo Reis, in Odes / Heterónimo de Fer...
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No Ciclo Eterno das Mudáveis Coisas (77)

No ciclo eterno das mudáveis coisas/ Novo inverno após novo outono volve/ À diferente terra/ Com a mesma maneira./ Porém a mim nem me acha diferente/ Nem diferente deixa-me, fechado/ Na clausura ...

Tarda o que Espera (78)

Não quero as oferendas/ Com que fingis, sinceros,/ Dar-me os dons que me dais./ Dais-me o que perderei,/ Chorando-o, duas vezes,/ Por vosso e meu, perdido./ / Antes mo prometais/ Sem mo dardes, que ...

O Deus Pã não Morreu (79)

O Deus Pã não morreu,/ Cada campo que mostra/ Aos sorrisos de Apolo/ Os peitos nus de Ceres —/ Cedo ou tarde vereis/ Por lá aparecer/ O deus Pã, o imortal./ / Não matou outros deuses/ O triste...

Não Tarda Nada Sermos (80)

Breve o dia, breve o ano, breve tudo./ Não tarda nada sermos./ Isto, pensado, me de a mente absorve/ Todos mais pensamentos./ O mesmo breve ser da mágoa pesa-me,/ Que, inda que mágoa, é vida./ / ...
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