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Vítor Matos e Sá

Portugal
20 Dez 1927 // 1975
Poeta

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10 Poemas



Para os Amigos (1)

De entre todos, apenas vós/ tendes direito a ver-me/ fracassar. Onde caio/ entre a vossa irónica/ doçura implacável, convosco/ partilho o pão e o espaço/ e a rapidez dos olhos/ sobre o que fica (semp...

Amo-te Sempre (2)

Amo-te sempre/ com um pouco de barco e de vento/ com uma humildade de mar à tua volta/ dentro do meu corpo; com o desespero/ de ser tempo;/ / com um pouco de sol e uma fonte/ adormecida na ternura./ ...

Vem Ver a Minha Mãe (3)

Está junto das coisas que bordaram/ com ela os dias que supôs mais belos/ e são a fonte de onde lhe começa/ o branco tempo dos cabelos./ / Mal pousa a vida nos seus dedos gastos/ do sonho que pousou ...
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Dá-me as Tuas Mãos (4)

As mãos foram feitas/ para trazer o futuro,/ encurtar a tristeza, encher/ o que fica das mãos/ de ontem - intervalos/ (duros, fiéis) das palavras,/ vocação urgente/ da ternura, pensamento/ entreabert...

Maternidade (5)

Escuta, sorrindo,/ a morte que bate/ de leve em seu corpo/ com ávidos, doces/ punhos da infância;/ com beijos que vão/ enchendo seu rosto/ de tempo e ternura;/ e alimenta, secreta,/ a chama tranquila...

Autobiografia (6)

Estive convosco em muitas palavras./ Algumas levaram-me ainda mais perto./ Com outras fiquei apenas mais só./ / De muitas não vi que rosto as guardava./ Por outras me dei a quem não pedia./ Onde fora...
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Poesia (7)

é a visita do tempo nos teus olhos,/ é o beijo do mundo nas palavras/ por onde passa o rio do teu nome;/ é a secreta distância em que tocas/ o princípio leve dos meus versos;/ é o amor debruçado no s...

Devo-te (8)

Devo-te tanto como um pássaro/ deve o seu voo à lavada/ planície do céu./ / Devo-te a forma/ novíssima de olhar/ teu corpo onde às vezes/ desce o pudor o silêncio/ de uma pálpebra mais nada./ / Devo-...

Ontologia do Amor (9)

Tua carne é a graça tenra dos pomares/ e abre-se teu ventre de uma a outra lua;/ de teus próprios seios descem dois luares/ e desse luar vestida é que ficas nua./ / Ânsia de voo em asas de ficar/ de ...

Veio Tudo de Longe (10)

Veio tudo de longe para ser/ uma só coisa, nupcial e magnífica./ Caminho e tenda. O mar. Livros. A indizível/ matéria da dor. Ternura/ cercada e repartida, pouco/ a pouco, à mesa rápida/ dos lábios, ...


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