Anima Mea
Estava a Morte ali, em pé, diante,
Sim, diante de mim, como serpente
Que dormisse na estrada e de repente
Se erguesse sob os pés do caminhante.
Era de ver a fúnebre bachante!
Que torvo olhar! que gesto de demente!
E eu disse-lhe: «Que buscas, impudente,
Loba faminta, pelo mundo errante?»
— Não temas, respondeu (e uma ironia
Sinistramente estranha, atroz e calma,
Lhe torceu cruelmente a boca fria).
Eu não busco o teu corpo... Era um troféu
Glorioso de mais... Busco a tua alma —
Respondi-lhe: «A minha alma já morreu!»
Antero de Quental, in "Sonetos"
// Consultar versos e eventuais rimas
Sim, diante de mim, como serpente
Que dormisse na estrada e de repente
Se erguesse sob os pés do caminhante.
Era de ver a fúnebre bachante!
Que torvo olhar! que gesto de demente!
E eu disse-lhe: «Que buscas, impudente,
Loba faminta, pelo mundo errante?»
— Não temas, respondeu (e uma ironia
Sinistramente estranha, atroz e calma,
Lhe torceu cruelmente a boca fria).
Eu não busco o teu corpo... Era um troféu
Glorioso de mais... Busco a tua alma —
Respondi-lhe: «A minha alma já morreu!»
Antero de Quental, in "Sonetos"
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1. Só! — Ao Ermita Sósinho na Montanha
2. Na Mão de Deus
3. Evolução
4. Nirvana
5. Com os Mortos
6. O Palácio da Ventura
7. À Virgem Santíssima
8. Ideal
9. Voz Interior
10. Oceano Nox
11. Divina Comédia
12. Mea Culpa
13. Logos
14. No Circo
15. Solemnia Verba
16. Contemplação
17. Mãe...
18. A um Poeta
19. Amor Vivo
20. Visão
... Ver todos os 91 poemas
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