Octávio Mora

Brasil
1933 // 2012
Poeta/Professor
Publicidade

Definição por Soma

    Um consumir-se a cada instante
um escoar-se e um desperdício
um e contudo outro e diverso
um processar-se e um processo

    Para tocar o que do vento
para prender o que da fuga
para morder o que do sono
para tão só há que esquecer

    Combatido por trevas últimas
combatido por rostos pálidos
combatido por chuva e névoa
combatido e a dar combate

    Chego ao inóspito do clima
chego ao vazio onde só o sexo
chego ao anónimo e mortal
chego ao agudo e seus recônditos

    Essa unidade com o múltiplo
essa inclusão pelo abandono
essa causalidade absurda
essa e não outra que a disputa

    Discórdia que se aceita íntegra
discórdia que mascara os pactos
discórdia dos estados físicos
discórdia e discórdia e insolúvel

    Quando de cada nascimento
quando visível o invisível
quando o que há é só o agora
quando dissolução do tempo

    Passo por fios de cabelo
passo por rápidos que fogem
passo por bons e maus momentos
passo e no entanto permaneço

    Homem que sou e com memória
homem e póstumo e morrendo
homem que alto e sobrevive
homem e seco e secas lágrimas

Octávio Mora, in 'Exiliurbano'




Publicidade

Publicidade

Outros Poemas de Octávio Mora:

Publicidade

Inspirações

Falar ao Amigo

Publicidade

© Copyright 2003-2025 Citador - Todos os direitos reservados | SOBRE O SITE