Mauro Mota

Brasil
16 Ago 1911 // 22 Nov 1984
Jornalista/Professor/Poeta/Cronista

Publicidade

Elegia para Santa Rosa

Aurora chega, e permaneces fria
noite, imobilizado, cego e mudo
às coisas das manhãs que amanhecias:
cavalete, jornal, café no bule.

O mundo neutro e nu pede a pintura;
a tela virgem, teu pincel tranquilo,
As cores vêm chorando pela rua,
entram no atelier branco e vazio.

Quais os murais que irás compor no muro,
entre o que foste e o que serás, erguido,
o indevassável muro eterno e duro?

Ai, Santa, pesam sobre nós os dias
desta sobrevivência que te usurpa
o espaço e o tempo que te pertenciam.

Mauro Mota, in 'Itinerário'




Publicidade

Publicidade

Outros Poemas de Mauro Mota:

Publicidade

Publicidade

© Copyright 2003-2025 Citador - Todos os direitos reservados | SOBRE O SITE