Charneca em Flor

por: Florbela Espanca
Portugal
8 Dez 1894 // 8 Dez 1930
Poetisa

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44 Poemas

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A uma Rapariga (21)

À Nice/ / Abre os olhos e encara a vida! A sina/ Tem que cumprir-se! Alarga os horizontes!/ Por sobre lamaçais alteia pontes/ Com tuas mãos preciosas de menina./ / Nessa estrada da vida que fascin...

Rústica (22)

Ser a moça mais linda do povoado./ Pisar, sempre contente, o mesmo trilho,/ Ver descer sobre o ninho aconchegado/ A bênção do Senhor em cada filho./ / Um vestido de chita bem lavado,/ Cheirando a...

Quem Sabe?... (23)

Ao Ângelo/ / Queria tanto saber por que sou Eu!/ Quem me enjeitou neste caminho escuro?/ Queria tanto saber por que seguro/ Nas minhas mãos o bem que não é meu!/ / Quem me dirá se, lá no alto, ...
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Noitinha (24)

A noite sobre nós se debruçou.../ Minha alma ajoelha, põe as mãos e ora!/ O luar, pelas colinas, nesta hora,/ É água dum gomil que se entornou.../ / Não sei quem tanta pérola espalhou!/ Murmu...

Lembrança (25)

Fui Essa que nas ruas esmolou/ E fui a que habitou Paços Reais;/ No mármore de curvas ogivais/ Fui Essa que as mãos pálidas poisou.../ / Tanto poeta em versos me cantou!/ Fiei o linho à porta do...

As Minhas Mãos (26)

As minhas mãos magritas, afiladas,/ Tão brancas como a água da nascente,/ Lembram pálidas rosas entornadas/ Dum regaço de Infanta do Oriente./ / Mãos de ninfa, de fada, de vidente,/ Pobrezinhas...
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Minha Culpa (27)

A Artur Ledesma/ / Sei lá! Sei lá! Eu sei lá bem/ Quem sou?! Um fogo-fátuo, uma miragem.../ Sou um reflexo... um canto de paisagem/ Ou apenas cenário! Um vaivém.../ / Como a sorte: hoje aqui, d...

Versos de Orgulho (28)

O mundo quer-me mal porque ninguém/ Tem asas como eu tenho! Porque Deus/ Me fez nascer Princesa entre plebeus/ Numa torre de orgulho e de desdém!/ / Porque o meu Reino fica para Além!/ Porque trag...

Nostalgia (29)

Nesse País de lenda, que me encanta,/ Ficaram meus brocados, que despi,/ E as jóias que p'las aias reparti/ Como outras rosas de Rainha Santa!/ / Tanta opala que eu tinha! Tanta, tanta!/ Foi por lÃ...

Teus Olhos (30)

Olhos do meu Amor! Infantes loiros/ Que trazem os meus presos, endoidados!/ Neles deixei, um dia, os meus tesoiros:/ Meus anéis, minhas rendas, meus brocados./ / Neles ficaram meus palácios moiros,...
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