Charneca em Flor

por: Florbela Espanca
Portugal
8 Dez 1894 // 8 Dez 1930
Poetisa

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44 Poemas

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Outunal (31)

Caem as folhas mortas sobre o lago;/ Na penumbra outonal, não sei quem tece/ As rendas do silêncio... Olha, anoitece!/ - Brumas longínquas do País do Vago.../ / Veludos a ondear... Mistério mago...

Mistério (32)

Gosto de ti, ó chuva, nos beirados,/ Dizendo coisas que ninguém entende!/ Da tua cantilena se desprende/ Um sonho de magia e de pecados./ / Dos teus pálidos dedos delicados/ Uma alada canção pal...

Passeio ao Campo (33)

Meu Amor! Meu Amante! Meu Amigo!/ Colhe a hora que passa, hora divina,/ Bebe-a dentro de mim, bebe-a comigo!/ Sinto-me alegre e forte! Sou menina!/ / Eu tenho, Amor, a cinta esbelta e fina.../ Pele d...
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Crucificada (34)

Amiga... noiva... irmã... o que quiseres!/ Por ti, todos os céus terão estrelas,/ Por teu amor, mendiga, hei-de merecê-las,/ Ao beijar a esmola que me deres./ / Podes amar até outras mulheres!/ ...

Toledo (35)

Diluído numa taça de oiro a arder/ Toledo é um rubi. E hoje é só nosso!/ O sol a rir... Vivalma... Não esboço/ Um gesto que me não sinta esvaecer.../ / As tuas mãos tacteiam-me a tremer.../ ...

O Meu Condão (36)

Quis Deus dar-me o condão de ser sensível/ Como o diamante à luz que o alumia,/ Dar-me uma alma fantástica, impossível:/ - Um bailado de cor e fantasia!/ / Quis Deus fazer de ti a ambrosia/ Dest...
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Tarde no Mar (37)

A tarde é de oiro rútilo: esbraseia/ O horizonte: um cacto purpurino./ E a vaga esbelta que palpita e ondeia,/ Com uma frágil graça de menino,/ / Poisa o manto de arminho na areia/ E lá vai, e l...

Mocidade (38)

A mocidade esplêndida, vibrante,/ Ardente, extraordinária, audaciosa./ Que vê num cardo a folha duma rosa,/ Na gota de água o brilho dum diamante;/ / Essa que fez de mim Judeu Errante/ Do espíri...

A Minha Piedade (39)

A Bourbon e Meneses/ / Tenho pena de tudo quanto lida/ Neste mundo, de tudo quanto sente,/ Daquele a quem mentiram, de quem mente,/ Dos que andam pés descalços pela vida,/ / Da rocha altiva, sobre ...

A Um Moribundo (40)

Não tenhas medo, não! Tranquilamente,/ Como adormece a noite pelo Outono,/ Fecha os teus olhos, simples, docemente,/ Como, à tarde, uma pomba que tem sono.../ / A cabeça reclina levemente/ E os b...
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