Reinaldo Ferreira

Portugal
20 Mar 1922 // 30 Jun 1959
Poeta

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Natal de Longe

Natal!...Natal!...
A boca o diz,
A mão o escreve,
O coração já não sente.

Que a emoção,
Vibração
Das asas da fantasia
No voo do pensamento,
Deixou-se ficar parada
Só porque a noite está quente;
Só porque ser indolente
É como parar na estrada
E desistir da jornada,
Sem coragem de voltar
Pelo caminho tão rude!

Natal!... Natal!...

A doce força que tinha
Devorou-a a latitude.

Reinaldo Ferreira, in 'Dispersos'




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