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Guilherme de Almeida

Brasil
24 Jul 1890 // 11 Jul 1969
Poeta / Ensaísta / Jornalista

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O Ídilio Suave

Chegas. Vens tão ligeira
e és tão ansiosamente esperada, que enfim,
nem te sentindo o passo e já te tendo inteira,
completamente em mim,
quando, toda Watteau, silenciosa, apareces,
         é como se não viesses.

Vens... E ficas tão perto
de mim , e tão diluída em minha solidão,
que eu me sinto sozinho e acho imenso e deserto
         e vazio o salão...
E, sem te ouvir nem ver, arde-me em febre a face,
como se eu te esperasse!

Partes. Mas é tão pouco
o que de ti se vai que ainda te vejo o arfar
do seio, e o teu cabelo, e o teu vestido louco,
         e a carícia do olhar,
e a tua boca em flor a dizer-me doidices,
como se não partisses!

Guilherme de Almeida, in 'Os Melhores Poemas de Guilherme de Almeida, São Paulo, 1993'




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