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Tomaz de Figueiredo

Portugal
6 Jul 1902 // 29 Abr 1970
Escritor

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Para quê me Deste à Vida?

Para que foi, ó Mãe, que me criaste?
Mas — antes! — para quê me deste à vida?
Emendando: porquê, de espavorida,
o pescoço me não estorcegaste?

Melhor andaras, Mãe, pois destinaste,
assim, a tua carne a ser perdida.
Ah! Mãe! Na tua gélida jazida,
saberás que, ao seres mãe, me assassinaste?

Se o sabes, no teu ventre, como cunhas,
deves cravar, em desespero, as unhas,
deves na campa estertorar aos ais.

Aqui estou, Mãe, agora, nestas ânsias.
Aqui estou, sem estar. Rojo em distâncias,
só e sem mim, — que é um só demais.

Tomaz de Figueiredo, in 'Antologia Poética'




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