Qual Tulipa?
Vês a tulipa rude
Quando outra boca a abandona.
À sua pele aveludada, cintura fina,
Quase a mordes.
A essa tulipa crua, ao esmagá-la,
Não lhe escondes o odor. (Jorra, esguicha.)
Abre-se por dentro, lançada fora.
A desatenção solta-se, lágrima sã de odorosa.
Da embriaguez, não é outra coisa, rude, crua.
José EmÃlio-Nelson, in 'Ameaçado Vivendo – Obra Poética II'