Antero de Quental

Portugal
18 Abr 1842 // 11 Set 1891
Poeta/Filósofo/Político

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Sepultura Romântica

Ali, onde o mar quebra, n'um cachão
Rugidor e monótono, e os ventos
Erguem pelo areal os seus lamentos,
Ali se há-de enterrar meu coração.

Queimem-no os sóis da adusta solidão
Na fornalha do estio, em dias lentos;
Depois, no inverno, os sopros violentos
Lhe revolvam em torno o árido chão...

Até que se desfaça e, já tornado
Em impalpavel pó, seja levado
Nos turbilhões que o vento levantar...

Com suas lutas, seu cansado anseio,
Seu louco amor, dissolva-se no seio
D'esse infecundo, d'esse amargo mar!

Antero de Quental, in "Sonetos"
// Consultar versos e eventuais rimas




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