É frequente desencadearem-se as verdadeiras tragédias da vida de uma maneira tão pouco artística que nos magoam com a sua crua violência, a sua tremenda incoerência, carecendo absolutamente de sentido, sem o mínimo estilo. Afectam-nos do mesmo modo que a vulgaridade. Causam-nos uma impressão de pura força bruta contra a qual nos revoltamos. Por vezes, porém, cruzamo-nos nas nossas vidas com uma tragédia repassada de elementos de beleza artística. Se esses elementos estéticos são autênticos, todo o episódio apela à nossa apreciação do efeito dramático. De repente deixamos de ser actores e passamos a espectadores da peça. Ou antes, somos ambas as coisas. Observamo-nos, e todo o encanto do espectáculo nos arrebata.

Oscar Wilde, in "O Retrato de Dorian Gray"

1. O Medo De Nós Próprios
2. Não Tenhas Medo do Passado
3. Quem Poderá Calcular a Órbita da sua Própria Alma?
4. O Dever Para Nós Próprios
5. As Subtilezas da Alma
6. A (Des)Vantagem do Casamento
7. É Absurdo Falar da Ignorância da Juventude
8. A Imoralidade da Moral
9. A Fidelidade
10. A Doce Incerteza do Romance
11. A Cultura e a Corrupção
12. Julgar Pelas Aparências
13. O Terror do Optimismo
14. Refaz a Minha Vida Arruinada
15. A Procura do Génio
16. Antes Ter um Bom Rendimento do que Ser Insinuante
17. O Intelecto Como Exagero
18. A Beleza da Tragédia
19. As Boas Resoluções
20. O Livro Não Influencia a Acção
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