Aspiro a um repouso absoluto e a uma noite contínua. Poeta das loucas voluptuosidades do vinho e do ópio, não tenho outra sede a não ser a de um licor desconhecido na Terra e que nem mesmo a farmacopeia celeste poderia proporcionar-me; um licor que não é feito nem de vitalidade, nem de morte, nem de excitação, nem de nada. Nada saber, nada ensinar, nada querer, nada sentir, dormir e sempre dormir, tal é actualmente a minha única aspiração. Aspiração infame e desanimadora, porém sincera.

Charles Baudelaire, in "Projectos de prólogos para «Flores do Mal»"

1. É Necessário Estar Sempre Embriagado
2. O Papel da Ilusão na Nossa Vida
3. O Prazer e o Trabalho
4. Criar Banalidades, até Chegar ao Génio
5. Aspiro a um Repouso Absoluto
6. O Asco da Imprensa
7. O Mal-Entendido Universal
8. O Chicote e a Preguiça
9. As Nações e os Grandes Homens