Nós somos uns trágicos e não temos, evidentemente, o mais pequeno respeito por polÃticos ou por quem nos governa. Quando um governante está em apuros, queremo-lo logo fora de cena. (...) Antes de reclamarmos a demissão de um governante, era bom que o obrigássemos a explicar-se, a dar informação, a emendar erros, a esclarecer dúvidas; numa palavra, usada amplamente nas democracias antigas, a prestar contas. E, depois da demissão da personagem, convinha que não nos esquecêssemos do que ela nos fez. Chama-se a isto responsabilidade polÃtica, um princÃpio mais sério e mais vasto do que o sadismo demissionário e a curta memória que caracterizam a polÃtica portuguesa. Mas nós não queremos saber. Quando uns se forem, outros virão. Talvez os mesmos
Diário de NotÃcias
/ 20030916