João Lobo Antunes

Portugal
4 Jun 1944 // 27 Out 2016
Neurocirugião

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39 Citações

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Tenho reparado na diferença que há entre um amor de um pai ou de uma mãe para um filho ou uma filha, e no amor de um filho ou de uma filha para um pai ou uma mãe. Ou seja, isto é não é uma reacção química de sentido igual. Em relação ao amor de pai ou mãe para filho ou filha é de uma enorme inquietação e vigilância constante na sua expressão normal. O de filho ou filha para pai ou mãe é, até na experiência de mim próprio, um amor de um laço biológico que muitas vezes quer estirar, para ver até onde dá. Quer renegar e partir.

Entrevista Diário de Notícias (2001)
Uma das características da adolescência é a fidelidade. Não sou eu que digo, são os psicólogos.

Entrevista Diário de Notícias (2001)
As mulheres são muito mais interessantes que os homens. (...) Se calhar porque eu próprio sou capaz de ter um temperamento feminino nalgumas coisas, não me custa a admitir. Tenho uma sensibilidade feminina. Já ouvi dizer que o meu irmão António escreve sobre as mulheres com uma enorme compreensão. Há uma superioridade biológica da mulher, na aparente fragilidade. É um tempero de emoção e inteligência, ou cozinhado do que somos, que a mim me agrada mais.

Entrevista Diário de Notícias (2001)
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Tornou-se cada vez mais aparente para mim que o cumprimento da verdade no juízo que fazia de mim próprio e dos outros nascia também de uma imperiosa necessidade biológica. (...) Vai-se no caminho da biologia como a grande ciência unificadora. Embora custe a acreditar que todo o fenómeno global seja explicável desta maneira. Se for assim, perde-se muito o encanto.

Entrevista Diário de Notícias (2001)
Quando olho para a minha vida, diria que o futuro sempre me aconteceu, e eu não dei por isso. Nunca tive uma meta. Portanto, quando dava por isso, o futuro já cá estava. De maneira que estou tranquilo. Queria ter uns anos mais, queria ter uns anos mais.

Entrevista Diário de Notícias (2001)
Tenho um pensamento optimista na vida em geral, nas coisas em que me meto. Luto por elas. E se tenho derrotas, tento transformá-las em vitórias; ou seja, ver o que há de positivo no que aconteceu. Aliás, este é o único mecanismo que nos permite sobreviver ao erro. Pensar que vai haver outra oportunidade.

Entrevista Jornal Negócios (2012)
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Portugal tem várias doenças sistémicas. Se pensarmos que a justiça é o coração, que a saúde é o fígado e que a educação é o cérebro, é um corpo que vai claudicando. Mas a Biologia é uma ciência optimista. Renova-se. Regenera-se. Reconstitui-se.

Entrevista Jornal Negócios (2012)
Pegando num livrinho de um homem que já morreu, William Henry, In defense of Elitism: a tese principal é a da defesa da igualdade de todos à partida. Não é a igualdade de todos à chegada. É uma tendenciazinha portuguesa – vale tudo o mesmo. Não vale. O que temos de garantir é que, à partida, têm todos as mesmas oportunidades. Esse é que é o grande desafio da democracia e da cultura ocidental. Temos de descobrir em que é que esta obrigação, este mandato, falha. Aplica-se a tudo: à justiça, à educação, à saúde.

Entrevista Jornal Negócios (2012)
O dinheiro é um instrumento de poder. É uma coisa imemorial. Está na natureza humana.

Entrevista Jornal Negócios (2012)
A sociedade moderna depende cada vez mais da confiança. Eu compro um automóvel e tenho que estar confiante que, no produto que me estão a vender, os travões não vão falhar. Eu compro um genérico e tenho que confiar que o produto que está lá é exactamente o medicamento de que preciso. Ou que vou ao restaurante e que as pessoas lavam as mãos. É um sistema que implica um imbricamento tão complexo, de parceiros, de funções, que toda a vida moderna se baseia na confiança.

Entrevista Jornal Negócios (2012)
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