João Lobo Antunes

Portugal
4 Jun 1944 // 27 Out 2016
Neurocirugião

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39 Citações

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Fiquei tranquilo com a inveja há uns anos quando descobri que a inveja é um sentimento que se auto-castiga. O invejoso deve sofrer horrores, não vive em paz. Nunca mais me preocupei com os invejosos. Os neurocientistas perceberam que o centro do cérebro que está envolvido nesse processo de satisfação pelo desastre que acontece aos outros é o mesmo centro em que está sediado o prazer pelo chocolate, pelo sexo... mais uma vez, a culpa é do nosso cérebro.

Entrevista Jornal Negócios (2012)
Uma coisa que gostaria de ver em Portugal e que ainda não vejo na plenitude: o entendimento de que as instituições são um depósitum de princípios, de valores, que têm de ser transmitidos intactos ou, tanto quanto possível, aperfeiçoados às gerações seguintes; e que estão claramente acima das pessoas. Uma das coisas que sempre me intrigaram é como é que pessoas proeminentes na vida política não entendem isso, e não reconhecem que a sua permanência em cargos ou posições de destaque acaba por ser prejudicial às instituições. Apesar, muitas vezes, da injustiça do juízo que se faz do seu desempenho.

Entrevista Jornal Negócios (2012)
A inveja é um sentimento que se autocastiga, quem a sente deve passar tão mal que nem vale a pena preocuparmo-nos com isso.

Entrevista Jornal Expresso (2015)
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O regozijo pelo azar do outro está na natureza humana. Não sei por que razão foi preciso acrescentar esse condimento tão azedo ao ser humano.

Entrevista Jornal Expresso (2015)
A benevolência surge da capacidade de reconhecer nos outros os nossos defeitos. Da irmandade secreta entre as faltas que os outros cometem e as que cometemos. Mas tem limites. Há coisas com que já não sou assim tão tolerante. Nomeadamente, algumas falhas de carácter. Não que isto tenha mérito moral — não tem nenhum.

Entrevista Jornal Expresso (2015)
A vida normal é um caos desorganizado de projetos, emoções, sentimentos, interesses culturais, familiares, profissionais. Nós vivemos nesse caos. O que faz a doença? Arruma o caos. Fica tudo dominado por uma voz, um cântico monótono. Um cantochão que destrói aquilo que é a vida.

Entrevista Jornal Expresso (2015)
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Muitas vezes sabemos que o inimigo que vamos enfrentar mete medo, mas no momento do confronto o medo desaparece.

Entrevista Jornal Expresso (2015)
Na minha visão paracristã, digamos, só há um pecado, que é fazer mal ao outro. O resto são derivativos.

Entrevista Jornal Expresso (2015)
Nós aprendemos e codificámos as regras da democracia. O processo está estabelecido, mas não chega. A liberdade e a democracia são uma espécie de oxigénio, que serve para respirar num tempo tão complexo como o nosso. Mas é preciso mais, é preciso construir. E temo que isso não seja possível com a polarização do debate, com a falta de respeito por um sentimento tão simples e elegante como é a decência.

Entrevista Jornal Expresso (2015)
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