Miguel Torga

Portugal
12 Ago 1907 // 17 Jan 1995
Escritor/Poeta

Publicidade

69 Citações

<< >>

É urgente acabar com a hipocrisia do mundo moderno e regressar à sinceridade grega: ser conviva dum banquete universal, e fazer por pensar bem durante ele.

Diário (1946)
Não me sinto um destruidor; o que quero é que tudo nasça com a força que as cousas verdadeiras e naturais merecem, e que o ranço velho não estrague o azeite novo.

Diário (1946)
Cada época é definida pelo que apresenta de novo, de especificamente seu. Pode não ser um alto pensamento filosófico, uma grande reforma moral, uma arte requintada, uma ciência generosa. Mas há-de ser a dádiva de qualquer uma dessas manifestações humanas, ou todas, numa concepção inteiramente inédita, original, inconcebível noutro tempo da história.

Diário (1943)
Publicidade
Não há pensamento onde não há liberdade. Os nossos oito séculos de opressão e de intolerância deram isto: um povo cujos intelectuais raciocinam sempre a fazer figas.

Diário (1949)
Os homens são como as obras de arte: é preciso que se não entenda tudo delas duma só vez.

Diário (1943)
É espantosa a tendência do português para a promiscuidade! Chega a umas termas, senta-se, volta-se para o vizinho da direita e, sem dizer água-vai, conta-lhe a vida.

Diário (1939)
Publicidade

O mundo é uma realidade universal, desarticulada em biliões de realidades individuais.

Diário (1938)
Não posso. Passar a vida assim, a jogar a bisca com o prior, a levantar-me às tantas da madrugada para ir ver um doente ao Gandramás, a ouvir e a contar histórias de caça o resto do tempo, valha eu o que valer, é um destino que não mereço.

Diário (1935)
Creio que a vida não tem sombra de interesse, concebida e vivida em termos de mentira e de conveniência. As sociedades que já só assentam em tais fundamentos, estão por pouco. Julgo, antes, que a própria natureza aviva de quando em quando as suas arestas para que os seres e as coisas saibam claramente que a cada verdade corresponde um fruto, e a cada mentira uma desilusão.

Diário (1946)
Arte sincera, política sincera, amor sincero... E o que isto é, explicado por um dicionário! O sábio que disse que os músculos da laringe é que pensavam, disse bem. São eles, na verdade, que pensam e articulam as palavras. O pior é o que permanece inexprimível na alma de cada um.

Diário (1948)
<< >>
 
Publicidade

Inspirações

Viver Sem Amor

Publicidade

© Copyright 2003-2025 Citador - Todos os direitos reservados | SOBRE O SITE