Publicidade

Quadras

por: Florbela Espanca
Portugal
8 Dez 1894 // 8 Dez 1930
Poetisa

Publicidade

36 Citações

<< >>

Não sei se tens reparado
Quando passeia, o luar
Pára sempre à tua porta
E encosta-se a chorar;

E eu que passo também
Na minha mágoa a cismar
Paro junto dele, e ficamos
Abraçados a chorar!
Abaixo sempre os meus olhos
Quando encontro o teu olhar;
De ver o sol de frente
Ninguém se pode gabar!
Amor, é comunhão de almas
No mesmo sagrado altar;
Contigo, amor da minha alma,
Quem me dera comungar!
Publicidade
Há uma palavra na terra
Que tem encantos do céu;
Não é amor, nem esperança,
Nem sequer o nome teu.

Essa palavra tão doce,
De tanta suavidade,
Que me faz chorar de dor
Quando a murmuro: é saudade!
Não sei que têm meus versos;
Alegres quero fazê-los
Mas ficam-me sempre tristes
Como a cor dos teus cabelos.
Quando um peito amargurado
Adora seja quem for,
Por muito infame que seja
Bendito seja esse amor!
Publicidade

Está tudo quanto olho
Na escuridão mais intensa,
Faltou de teus olhos lindos
A luz profunda e imensa...
Que filtro embriagante
Me deste tu a beber?
Até me esqueço de mim
E não te posso esquecer!
Há em tudo quanto fitas
Pureza igual à dos céus,
Até são belos meus olhos
Quando lá poisam os teus!
Os teus dentes pequeninos
Na tua boca mimosa,
São pedacitos de neve
Dentro dum cálix de rosa.
<< >>
 
Publicidade

Facebook
Publicidade

Inspirações

Paixão Total

Publicidade

© Copyright 2003-2021 Citador - Todos os direitos reservados | SOBRE O SITE