Alberto Caeiro
(Heterónimo de Fernando Pessoa)
Portugal
n. 16 Abr 1889
Poeta
n. 16 Abr 1889
Poeta
116 Poemas
<< >>Como uma Criança (41)
Como uma criança antes de a ensinarem a ser grande,/ Fui verdadeiro e leal ao que vi e ouvi./ / Alberto Caeiro, in Fragmentos / Heterónimo de Fernando Pessoa...
O Pregador de Verdades (42)
Ontem o pregador de verdades dele/ Falou outra vez comigo./ Falou do sofrimento das classes que trabalham/ (Não do das pessoas que sofrem, que é afinal quem sofre)./ Falou da injustiça de uns tere...
O Mistério das Cousas (43)
O mistério das cousas, onde está ele?/ Onde está ele que não aparece/ Pelo menos a mostrar-nos que é mistério?/ Que sabe o rio disso e que sabe a árvore?/ E eu, que não sou mais do que eles, ...
Eu Nunca Guardei Rebanhos (44)
Eu nunca guardei rebanhos,/ Mas é como se os guardasse./ Minha alma é como um pastor,/ Conhece o vento e o sol/ E anda pela mão das Estações/ A seguir e a olhar./ Toda a paz da Natureza sem gent...
Amar é Pensar (45)
Passei toda a noite, sem dormir, vendo, sem espaço, a figura dela,/ E vendo-a sempre de maneiras diferentes do que a encontro a ela./ Faço pensamentos com a recordação do que ela é quando me fal...
Estou Lúcido como se Nunca Tivesse Pensado (46)
A noite desce, o calor soçobra um pouco,/ Estou lúcido como se nunca tivesse pensado/ E tivesse raiz, ligação direta com a terra/ Não esta espécie de ligação de sentido secundário observado ...
Não Sei o que É Conhecer-me (47)
Não sei o que é conhecer-me. Não vejo para dentro./ Não acredito que eu exista por detrás de mim./ / Alberto Caeiro, in Fragmentos / Heterónimo de Fernando Pessoa...
Ser Real quer Dizer não Estar Dentro de Mim (48)
Seja o que for que esteja no centro do Mundo,/ Deu-me o mundo exterior por exemplo de Realidade,/ E quando digo isto é real , mesmo de um sentimento,/ Vejo-o sem querer em um espaço qualquer exter...
Se às Vezes Digo que as Flores Sorriem (49)
Se às vezes digo que as flores sorriem/ E se eu disser que os rios cantam,/ Não é porque eu julgue que há sorrisos nas flores/ E cantos no correr dos rios.../ É porque assim faço mais sentir ao...
O Meu Olhar Azul como o Céu (50)
O meu olhar azul como o céu/ É calmo como a água ao sol./ É assim, azul e calmo,/ Porque não interroga nem se espanta .../ Se eu interrogasse e me espantasse/ Não nasciam flores novas nos prado...
