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Alberto Caeiro
(Heterónimo de Fernando Pessoa)

Portugal
n. 16 Abr 1889
Poeta

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116 Poemas

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O Luar quando Bate na Relva (51)

O luar quando bate na relva/ Não sei que cousa me lembra.../ Lembra-me a voz da criada velha/ Contando-me contos de fadas./ E de como Nossa Senhora vestida de mendiga/ Andava à noite nas estradas/ So...

A Guerra que Aflige com seus Esquadrões (52)

A guerra, que aflige com os seus esquadrões o Mundo,/ É o tipo perfeito do erro da filosofia./ / A guerra, como tudo humano, quer alterar./ Mas a guerra, mais do que tudo, quer alterar e alterar muit...

Nem Sempre Sou Igual no que Digo e Escrevo (53)

Nem sempre sou igual no que digo e escrevo./ Mudo, mas não mudo muito./ A cor das flores não é a mesma ao sol/ De que quando uma nuvem passa/ Ou quando entra a noite/ E as flores são cor da sombra./ ...
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Penso em Ti e Dentro de Mim Estou Completo (54)

Vai alta no céu a lua da Primavera/ Penso em ti e dentro de mim estou completo./ / Corre pelos vagos campos até mim uma brisa ligeira./ Penso em ti, murmuro o teu nome; e não sou eu: sou feliz./ / Am...

O Único Mistério do Universo é o Mais e não o Menos (55)

No dia brancamente nublado entristeço quase a medo/ E ponho-me a meditar nos problemas que finjo.../ / Se o homem fosse, como deveria ser,/ Não um animal doente, mas o mais perfeito dos animais,/ Ani...

Pensar em Deus é Desobedecer a Deus (56)

Pensar em Deus é desobedecer a Deus,/ Porque Deus quis que o não conhecêssemos,/ Por isso se nos não mostrou.../ Sejamos simples e calmos,/ Como os regatos e as árvores,/ E Deus amar-nos-á fazendo de...
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A Neve (57)

A NEVE PÔS uma toalha calada sobre tudo./ Não se sente senão o que se passa dentro de casa./ Embrulho-me num cobertor e não penso sequer em pensar./ Sinto um gozo de animal e vagamente penso,/ E ador...

Li Hoje Quase Duas Páginas (58)

Li hoje quase duas páginas/ Do livro dum poeta místico,/ E ri como quem tem chorado muito./ Os poetas místicos são filósofos doentes,/ E os filósofos são homens doidos./ Porque os poetas místicos diz...

O que Nós Vemos das Cousas São as Cousas (59)

O que nós vemos das cousas são as cousas./ Por que veríamos nós uma cousa se houvesse outra?/ Por que é que ver e ouvir seria iludirmo-nos/ Se ver e ouvir são ver e ouvir?/ O essencial é saber ver,/ ...

Quem me Dera que Eu Fosse o Pó da Estrada (60)

Quem me dera que eu fosse o pó da estrada/ E que os pés dos pobres me estivessem pisando.../ Quem me dera que eu fosse os rios que correm/ E que as lavadeiras estivessem à minha beira.../ Quem me der...
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Um Estranho Ímpar

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