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Alberto Caeiro
(Heterónimo de Fernando Pessoa)

Portugal
n. 16 Abr 1889
Poeta

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116 Poemas

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O quê? Valho Mais que uma Flor (61)

O quê? Valho mais que uma flor/ Porque ela não sabe que tem cor e eu sei,/ Porque ela não sabe que tem perfume e eu sei,/ Porque ela não tem consciência de mim e eu tenho consciência dela?/ Mas o que...

Navio que Partes para Longe (62)

Navio que partes para longe,/ Por que é que, ao contrário dos outros,/ Não fico, depois de desapareceres, com saudades de ti?/ Porque quando te não vejo, deixaste de existir./ E se se tem saudades do...

Falas de Civilização, e de não Dever Ser (63)

Falas de civilização, e de não dever ser,/ Ou de não dever ser assim./ Dizes que todos sofrem, ou a maioria de todos,/ Com as cousas humanas postas desta maneira./ Dizes que se fossem diferentes, sof...
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Deste Modo ou daquele Modo (64)

Deste modo ou daquele modo./ Conforme calha ou não calha./ Podendo às vezes dizer o que penso,/ E outras vezes dizendo-o mal e com misturas,/ Vou escrevendo os meus versos sem querer,/ Como se escrev...

Passa uma Borboleta por Diante de Mim (65)

Passa uma borboleta por diante de mim/ E pela primeira vez no Universo eu reparo/ Que as borboletas não têm cor nem movimento,/ Assim como as flores não têm perfume nem cor./ A cor é que tem cor nas ...

Acho tão Natural que não se Pense (66)

Acho tão natural que não se pense/ Que me ponho a rir às vezes, sozinho,/ Não sei bem de quê, mas é de qualquer cousa/ Que tem que ver com haver gente que pensa .../ Que pensará o meu muro da minha s...
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Antes o Vôo da Ave (67)

Antes o vôo da ave, que passa e não deixa rasto,/ Que a passagem do animal, que fica lembrada no chão./ A ave passa e esquece, e assim deve ser./ O animal, onde já não está e por isso de nada serve,/...

Criança Desconhecida (68)

Criança desconhecida e suja brincando à minha porta,/ Não te pergunto se me trazes um recado dos símbolos./ Acho-te graça por nunca te ter visto antes,/ E naturalmente se pudesses estar limpa eras ou...

Quem me Dera que a Minha Vida Fosse um Carro de Bois (69)

Quem me dera que a minha vida fosse um carro de bois/ Que vem a chiar, manhãzinha cedo, pela estrada,/ E que para de onde veio volta depois/ Quase à noitinha pela mesma estrada./ Eu não tinha que ter...

O Luar Através dos Altos Ramos (70)

O luar através dos altos ramos,/ Dizem os poetas todos que ele é mais/ Que o luar através dos altos ramos./ Mas para mim, que não sei o que penso,/ O que o luar através dos altos ramos/ É, além de se...
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