Alberto Caeiro
(Heterónimo de Fernando Pessoa)

Portugal
n. 16 Abr 1889
Poeta

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116 Poemas

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É Talvez o Último Dia da Minha Vida (81)

É talvez o último dia da minha vida./ Saudei o sol, levantando a mão direita,/ Mas não o saudei, para lhe dizer adeus./ Fiz sinal de gostar de o ver ainda, mais nada./ / Alberto Caeiro, in Po...

Quem Me Mandou a Mim Querer Perceber? (82)

Como quem num dia de Verão abre a porta de casa/ E espreita para o calor dos campos com a cara toda,/ Às vezes, de repente, bate-me a Natureza de chapa/ Na cara dos meus sentidos,/ E eu fico confus...

Todas as Opiniões que Há sobre a Natureza (83)

Todas as opiniões que há sobre a Natureza/ Nunca fizeram crescer uma erva ou nascer uma flor./ Toda a sabedoria a respeito das cousas/ Nunca foi cousa em que pudesse pegar como nas cousas;/ Se a ci...
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Tu, Místico, Vês uma Significação em Todas as Cousas (84)

Tu, místico, vês uma significação em todas as cousas./ Para ti tudo tem um sentido velado./ Há uma cousa oculta em cada cousa que vês./ O que vês, vê-lo sempre para veres outra cousa./ / Para...

Meto-me para Dentro (85)

Meto-me para dentro, e fecho a janela./ Trazem o candeeiro e dão as boas noites,/ E a minha voz contente dá as boas noites./ Oxalá a minha vida seja sempre isto:/ O dia cheio de sol, ou suave de c...

Quando Tornar a Vir a Primavera (86)

Quando tornar a vir a Primavera/ Talvez já não me encontre no mundo./ Gostava agora de poder julgar que a Primavera é gente/ Para poder supor que ela choraria,/ Vendo que perdera o seu único amig...
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Se Quiserem que Eu Tenha um Misticismo (87)

Se quiserem que eu tenha um misticismo, está bem,/ tenho-o./ Sou místico, mas só com o corpo./ A minha alma é simples e não pensa./ O meu misticismo é não querer saber./ É viver e não pensar...

Acordo de Noite Subitamente (88)

Acordo de noite subitamente,/ E o meu relógio ocupa a noite toda./ Não sinto a Natureza lá fora./ O meu quarto é uma cousa escura com paredes vagamente/ brancas./ Lá fora há um sossego como se ...

No meu Prato que Mistura de Natureza! (89)

No meu prato que mistura de Natureza!/ As minhas irmãs as plantas,/ As companheiras das fontes, as santas/ A quem ninguém reza.../ E cortam-as e vêm à nossa mesa/ E nos hotéis os hóspedes ruido...

Um Vento Muito Leve Passa (90)

Leve, leve, muito leve,/ Um vento muito leve passa,/ E vai-se, sempre muito leve./ E eu não sei o que penso/ Nem procuro sabê-lo./ / Alberto Caeiro, in O Guardador de Rebanhos - Poema XIII ...
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