Álvaro de Campos
(Heterónimo de Fernando Pessoa)

Portugal
n. 15 Out 1890


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100 Poemas

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O Mesmo (71)

O mesmo Teucro duce et auspice Teucro / É sempre cras — amanhã — que nos faremos ao mar. / / Sossega, coração inútil, sossega! / Sossega, porque nada há que esperar, / E por isso nada que d...

Demogorgon (72)

Na rua cheia de sol vago há casas paradas e gente que anda. / Uma tristeza cheia de pavor esfria-me. / Pressinto um acontecimento do lado de lá das frontarias e dos movimentos. / / Não, não, isso...

No Lugar dos Palácios Desertos (73)

No lugar dos palácios desertos e em ruínas / À beira do mar, / Leiamos, sorrindo, os segredos dos sinais / De quem sabe amar. / / Qualquer que ele seja, o destino daqueles / Que o amor levou / Par...
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No Fim (74)

No fim de tudo dormir. / No fim de quê? / No fim do que tudo parece ser..., / Este pequeno universo provinciano entre os astros, / Esta aldeola do espaço, / E não só do espaço visível, mas até...

Là-bas, Je Ne Sais Où... (75)

Véspera de viagem, campainha... / Não me sobreavisem estridentemente! / Quero gozar o repouso da gare da alma que tenho / Antes de ver avançar para mim a chegada de ferro / Do comboio definitivo, ...

Símbolos (76)

Símbolos? Estou farto de símbolos... / Mas dizem-me que tudo é símbolo, / Todos me dizem nada. / Quais símbolos? Sonhos. — / Que o sol seja um símbolo, está bem... / Que a lua seja um símbo...
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É Inútil Tudo (77)

Chega através do dia de névoa alguma coisa do esquecimento, / Vem brandamente com a tarde a oportunidade da perda. / Adormeço sem dormir, ao relento da vida. / / É inútil dizer-me que as ações...

Na Casa Defronte (78)

Na casa defronte de mim e dos meus sonhos, / Que felicidade há sempre! / / Moram ali pessoas que desconheço, que já vi mas não vi. / São felizes, porque não sou eu. / / As crianças, que brinca...

Nuvens (79)

No dia triste o meu coração mais triste que o dia... / Obrigações morais e civis? / Complexidade de deveres, de consequências? / Não, nada... / O dia triste, a pouca vontade para tudo... / Nada...

A Sensibilidade Humanizada (80)

Que lindos olhos de azúl inocente os do pequenito do agiota! / Santo Deus, que entroncamento esta vida! / Tive sempre, feliz ou infelizmente, a sensibilidade humanizada. / E toda a morte me doeu sem...
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