Antero de Quental

Portugal
18 Abr 1842 // 11 Set 1891
Poeta/Filósofo/Político

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91 Poemas

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Se é Lei, que Rege o Escuro Pensamento (71)

Se é lei, que rege o escuro pensamento,/ Ser vã toda a pesquisa da verdade,/ Em vez da luz achar a escuridade,/ Ser uma queda nova cada invento;/ / É lei também, embora cru tormento,/ Buscar, sem...

Em Viagem (72)

Pelo caminho estreito, aonde a custo/ Se encontra uma só flor, ou ave, ou fonte,/ Mas só bruta aridez de áspero monte/ E os soes e a febre do areal adusto,/ / Pelo caminho estreito entrei sem sust...

Beatriz (73)

Bandeirante a sonhar com pedrarias/ Com tesouros e minas fabulosas,/ Do amor entrei, por ínvias e sombrias/ Estradas, as florestas tenebrosas./ / Tive sonhos de louco, à Fernão Dias.../ Vi tesouro...
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Metempsicose (74)

Ausentes filhas do prazer: dizei-me!/ Vossos sonhos quais são, depois da orgia?/ Acaso nunca a imagem fugidia/ Do que fostes, em vós se agita e freme?/ / N'outra vida e outra esfera, aonde geme/ Ou...

Não Busco N'esta Vida Glória ou Fama (75)

Não busco n'esta vida glória ou fama:/ Das turbas que me importa o vão ruído?/ Hoje, deus... e amanhã, já esquecido/ Como esquece o clarão de extincta chama!/ / Foco incerto, que a luz já mal...

Aparição (76)

Um dia, meu amor (e talvez cedo,/ Que já sinto estalar-me o coração!)/ Recordarás com dor e compaixão/ As ternas juras que te fiz a medo.../ / Então, da casta alcova no segredo,/ Da lamparina a...
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Amaritudo (77)

Só por ti, astro ainda e sempre oculto,/ Sombra do Amor e sonho da Verdade,/ Divago eu pelo mundo e em ansiedade/ Meu próprio coração em mim sepulto./ / De templo em templo, em vão, levo o meu c...

Sonho (78)

Sonhei - nem sempre o sonho é coisa vã -/ Que um vento me levava arrebatado,/ Através desse espaço constelado/ Onde uma aurora eterna ri louçã.../ / As estrelas, que guardam a manhã,/ Ao verem...

Se Comparo Poder ou Ouro ou Fama (79)

Se comparo poder ou ouro ou fama,/ Venturas que em si têm occulto o damno,/ Com aquele outro affecto soberano,/ Que amor se diz e é luz de pura chama,/ / Vejo que são bem como arteira dama,/ Que s...

Palavras d'um Certo Morto (80)

Há mil anos, e mais, que aqui estou morto,/ Posto sobre um rochedo, à chuva e ao vento:/ Não há como eu espectro macilento,/ Nem mais disforme que eu nenhum aborto.../ / Só o espírito vive: vel...
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