Antero de Quental

Portugal
18 Abr 1842 // 11 Set 1891
Poeta/Filósofo/Político

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91 Poemas

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Estoicismo (61)

(A Manoel Duarte de Almeida)/ / Tu que não crês, nem amas, nem esperas,/ Espírito de eterna negação,/ Teu hálito gelou-me o coração/ E destroçou-me da alma as primaveras.../ / Atravessando r...

Na Capela (62)

Na capela, perdida entre a folhagem,/ O Cristo, lá no fundo, agonisava.../ Oh! como intimamente se casava/ Com minha dor a dor d'aquela imagem!/ / Filhos ambos do amor, igual miragem/ Nos roçou pel...

Poz-te Deus Sobre a Fronte a Mão Piedosa (63)

Poz-te Deus sobre a fronte a mão piedosa:/ O que fada o poeta e o soldado/ Volveu a ti o olhar, de amor velado,/ E disse-te: «vae, filha, sê formosa!»/ / E tu, descendo na onda harmoniosa,/ Pousa...
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Espiritualismo (64)

I/ / Como um vento de morte e de ruína,/ A Dúvida soprou sobre o Universo./ Fez-se noite de súbito, imerso/ O mundo em densa e algida neblina./ / Nem astro já reluz, nem ave trina,/ Nem flor sorr...

O Inconsciente (65)

O Espectro familiar que anda comigo,/ Sem que pudesse ainda ver-lhe o rosto,/ Que umas vezes encaro com desgosto/ E outras muitas ansioso espreito e sigo./ / É um espectro mudo, grave, antigo,/ Que ...

Acordando (66)

Em sonho, às vezes, se o sonhar quebranta/ Este meu vão sofrer; esta agonia,/ Como sobe cantando a cotovia,/ Para o céu a minh'alma sobe e canta./ / Canta a luz, a alvorada, a estrela santa,/ Que ...
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Mais Luz! (67)

(A Guilherme de Azevedo)/ / Amem a noite os magros crapulosos,/ E os que sonham com virgens impossíveis,/ E os que inclinam, mudos e impassíveis,/ À borda dos abismos silenciosos.../ / Tu, lua, co...

Os Vencidos (68)

Tres cavaleiros seguem lentamente/ Por uma estrada erma e pedregosa./ Geme o vento na selva rumorosa,/ Cae a noite do céo, pesadamente./ / Vacilam-lhes nas mãos as armas rotas,/ Têm os corceis poe...

Jura (69)

Pelas rugas da fronte que medita.../ Pelo olhar que interroga — e não vê nada.../ Pela miséria e pela mão gelada/ Que apaga a estrela que nossa alma fita.../ / Pelo estertor da chama que crepit...

Homo (70)

Nenhum de vós ao certo me conhece,/ Astros do espaço, ramos do arvoredo,/ Nenhum adivinhou o meu segredo,/ Nenhum interpretou a minha prece.../ / Ninguém sabe quem sou... e mais, parece/ Que há d...
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