Antero de Quental

Portugal
18 Abr 1842 // 11 Set 1891
Poeta/Filósofo/Político

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91 Poemas

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Uma Amiga (51)

Aqueles que eu amei, não sei que vento/ Os dispersou no mundo, que os não vejo.../ Estendo os braços e nas trevas beijo/ Visões que a noite evoca o sentimento.../ / Outros me causam mais cruel to...

Desesperança (52)

Vai-te na aza negra da desgraça,/ Pensamento de amor, sombra d'uma hora,/ Que abracei com delírio, vai-te, embora,/ Como nuvem que o vento impele... e passa./ / Que arrojemos de nós quem mais se a...

O Convertido (53)

Entre os filhos dum século maldito/ Tomei também lugar na ímpia mesa,/ Onde, sob o folgar, geme a tristeza/ Duma ânsia impotente de infinito./ / Como os outros, cuspi no altar avito/ Um rir feito...
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A um Crucifixo (54)

Há mil anos, bom Cristo, ergueste os magros braços/ E clamaste da cruz: há Deus! e olhaste, ó crente,/ O horizonte futuro e viste, em tua mente,/ Um alvor ideal banhar esses espaços!/ / Por que ...

Sonho Oriental (55)

Sonho-me às vezes rei, n'alguma ilha,/ Muito longe, nos mares do Oriente,/ Onde a noite é balsâmica e fulgente/ E a lua cheia sobre as águas brilha.../ / O aroma da magnólia e da baunilha/ Paira...

Visita (56)

Adornou o meu quarto a flor do cardo,/ Perfumei-o de almiscar recendente;/ Vesti-me com a purpura fulgente,/ Ensaiando meus cantos, como um bardo;/ / Ungi as mãos e a face com o nardo/ Crescido nos ...
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Psalmo (57)

Esperemos em Deus! Ele ha tomado/ Em suas mãos a massa inerte e fria/ Da materia impotente e, n'um só dia,/ Luz, movimento, acção, tudo lhe ha dado./ / Ele, ao mais pobre de alma, ha tributado/ D...

Entre Sombras (58)

Vem ás vezes sentar-se ao pé de mim/ — A noite desce, desfolhando as rosas —/ Vem ter commigo, ás horas duvidosas,/ Uma visão, com azas de setim.../ / Pousa de leve a delicada mão/ — Resce...

Consulta (59)

Chamei em volta do meu frio leito/ As memórias melhores de outra idade,/ Formas vagas, que às noites, com piedade,/ Se inclinam, a espreitar, sobre o meu peito.../ / E disse-lhes: No mundo imenso e...

Ignotus (60)

(A Salomão Sáragga)/ / Onde te escondes? Eis que em vão clamamos,/ Suspirando e erguendo as mãos em vão!/ Já a voz enrouquece e o coração/ Está cansado — e já desesperamos.../ / Por céu,...
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