Fernando EchevarrÃa
Portugal
n. 26 Fev 1929
Poeta
n. 26 Fev 1929
Poeta
18 Poemas
<<Lentos nos Fomos Esquecendo (11)
Lentos nos fomos esquecendo. Quando/ o tempo da velhice nos foi vindo/ a tez apareceu amorenada de anos/ e afeita ao espÃrito./ A lavoura sabia aos nossos passos./ Até os desperdÃcios/ iluminavam ...
Com a Altura da Idade a Casa se Acrescenta (12)
Com a altura da idade a casa se acrescenta./ Não é que aumente a quantidade ao espaço./ Mas, sendo mais longÃnquos, o desapego pensa/ maior distância quando se fica a olhá-lo./ Ou, se quiserem,...
Quando é Grande o Poderio da Solidão (13)
Quando é grande o poderio/ da solidão, ao seu lado/ estanca a aura exterior do brilho/ que a fica aà preservando./ Às vezes, outra se avizinha. O sÃtio/ da vizinhança contamina o espaço./ E um...
Os Vivos Ouvem Poucamente (14)
Os vivos ouvem poucamente. As plantas,/ como o elemento aquático domina,/ são dadas à conversa. A menor brisa abala/ a urna de concórdia estremecida/ que, assim, sensÃvel, se derrama/ e é solid...
Estar Assim, Assente na Saudade (15)
Estar assim, assente na saudade,/ com todo o peso repousando em si,/ a prende à luz da sua antiguidade/ parando na de aqui./ / Concentra-se na sua densidade./ A tarde, à volta, ilustra no perfil/ u...
A Obra o Leva (16)
Depois de havê-lo feito, a obra o leva/ pela tarefa maior/ em que quase de si e dela se desprenda/ para ampliar somente a solidão./ Mas uma solidão em que tropeça/ a linha, às vezes, a descrever...
Que Glória tão Completa (17)
Que glória tão completa não estar nunca/ onde ela sobe da multidão. Que glória/ é ordem alastrando da estrutura/ pela massa de vir a ser a obra/ até que ser em si tanto a institua/ que ser em ...
Escrevemos Docemente (18)
Escrevemos docemente. Se a figura/ sobe de estar tão funda a essa mesa/ é que escrever se lembra. E só da altura/ de se lembrar percorre a linha acesa/ / a ponta de escrever, que traça a pura/ fo...
