Luís Vaz de Camões
Portugal
1524 // 10 Jun 1580
Poeta
1524 // 10 Jun 1580
Poeta
68 Poemas
<<Vós Só Convosco mesma Andai de Amores (61)
Porque quereis, Senhora, que ofereça/ A vida a tanto mal como padeço?/ Se vos nasce do pouco que eu mereço,/ Bem por nascer está quem vos mereça./ / Entendei que por muito que vos peça,/ Podere...
Quem Jaz no Grão Sepulcro (62)
Quem jaz no grão sepulcro, que descreve/ Tão ilustres sinais no forte escudo?/ Ninguém, que nisso, enfim, se torna tudo;/ Mas foi quem tudo pôde e quem tudo teve./ / Foi Rei? Fez tudo quanto a Re...
Do Viver me Desapossa aquele Riso com que a Vida Dais (63)
Formosos olhos, que na idade nossa/ Mostrais do Céu certíssimos sinais,/ Se quereis conhecer quanto possais,/ Olhai-me a mim, que sou feitura vossa./ / Vereis que do viver me desapossa/ Aquele riso...
Tudo Muda uma Áspera Mudança (64)
Tomava Daliana por vingança/ Da culpa do pastor que tanto amava,/ Casar com Gil vaqueiro; e em si vingava/ O erro alheio e pérfida esquivança./ / A discrição segura, a confiança/ Das rosas que ...
Tão Conformes na Ventura (65)
Quantas vezes do fuso se esquecia/ Daliana, banhando o lindo seio,/ Outras tantas de um áspero receio/ Salteado Laurénio a cor perdia./ / Ela, que a Sílvio mais que a si queria,/ Para podê-lo ver...
Tomou-me Vossa Vista Soberana (66)
Tomou-me vossa vista soberana/ Aonde tinha as armas mais à mão,/ Por mostrar a quem busca defensão/ Contra esses belos olhos, que se engana./ / Por ficar da vitória mais ufana,/ Deixou-me armar p...
Qualquer outro Bem Julgo por Vento (67)
Quando da bela vista e doce riso/ Tomando estão meus olhos mantimento,/ Tão elevado sinto o pensamento,/ Que me faz ver na terra o Paraíso./ / Tanto do bem humano estou diviso,/ Que qualquer outro...
Quanto Mais me Paga, Mais me Deve (68)
Passo por meus trabalhos tão isento/ De sentimento grande nem pequeno,/ Que só por a vontade com que peno/ Me fica Amor devendo mais tormento./ / Mas vai-me Amor matando tanto a tento,/ Temperando ...
