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Pedro Homem de Mello

Portugal
6 Set 1904 // 5 Mar 1984
Poeta/Professor/Folclorista

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31 Poemas

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Não Choreis os Mortos (1)

Não choreis nunca os mortos esquecidos/ Na funda escuridão das sepulturas./ Deixai crescer, à solta, as ervas duras/ Sobre os seus corpos vãos adormecidos./ / E quando, à tarde, o Sol, entre brasidos...

Amizade (2)

Ser-se amigo é ser-se pai/ ( — Ou mais do que pai talvez...)/ É pôr-se a boca onde cai/ A nódoa que nos desfez./ / É dar sem receber nada,/ Consciente da prisão,/ Onde os nossos passos vão/ Em linha ...

Povo (3)

Povo que lavas no rio,/ Que vais às feiras e à tenda,/ Que talhas com teu machado/ As tábuas do meu caixão,/ Pode haver quem te defenda,/ Quem turve o teu ar sadio,/ Quem compre o teu chão sagrado,/ ...
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Encontro (4)

Felicidade, agarrei-te/ Como um cão, pelo cachaço!/ E, contigo, em mar de azeite/ Afoguei-me, passo a passo.../ Dei à minha alma a preguiça/ Que o meu corpo não tivera./ E foi, assim, que, submissa,/...

Canção à Ausente (5)

Para te amar ensaiei os meus lábios... / Deixei de pronunciar palavras duras./ Para te amar ensaiei os meus lábios!/ / Para tocar-te ensaiei os meus dedos.../ Banhei-os na água límpida das fontes./ P...

Simplicidade (6)

Queria, queria/ Ter a singeleza/ Das vidas sem alma/ E a lúcida calma/ Da matéria presa./ / Queria, queria/ Ser igual ao peixe/ Que livre nas águas/ Se mexe;/ / Ser igual em som,/ Ser igual em graça/...
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Cabra-Cega (7)

À volta de incerto fogo/ Brincaram as minhas mãos./ ... E foi a vida o seu jogo!/ / Julguei possuir estrelas/ Só por vê-las./ Ai! Como estrelas andaram/ Misteriosas e distantes/ As almas que me encan...

Solidão (8)

Ó solidão! À noite, quando, estranho,/ Vagueio sem destino, pelas ruas,/ O mar todo é de pedra... E continuas./ Todo o vento é poeira... E continuas./ A Lua, fria, pesa... E continuas./ Uma hora pass...

Fui Pedir um Sonho ao Jardim dos Mortos (9)

Fui pedir um sonho ao jardim dos mortos./ Quis pedi-lo, aos vivos. Disseram-me que não./ Os mortos não sabem, lá onde é que estão,/ Que neles se enfeitam os meus braços tortos./ / Os mortos dormiam.....

Cisne (10)

Amei-te? Sim. Doidamente!/ Amei-te com esse amor/ Que traz vida e foi doente.../ / À beira de ti, as horas/ Não eram horas: paravam./ E, longe de ti, o tempo/ Era tempo, infelizmente.../ / Ai! esse a...
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