Lembras-te, meu amor,/ Das tardes outonais,/ Em que íamos os dois,/ Sozinhos, passear,/ Para fora do povo/ Alegre e dos casais,/ Onde só Deus pudesse/ Ouvir-nos conversar?/ Tu levavas, na mão,/ Um lí...
O sol do outomno, as folhas a cair,/ A minha voz baixinho soluçando,/ Os meus olhos, em lagrimas, beijando/ A terra, e o meu espirito a sorrir.../ / Eis como a minha vida vae passando/ Em frente ao s...
Quantas vezes, ficava a olhar, a olhar/ A tua dôce e angelica Figura,/ Esquecido, embebido num luar,/ Num enlêvo perfeito e graça pura!/ / E á força de sorrir, de me encantar,/ Deante de ti, mimosa C...
Nocturna e dubia luz/ Meu sêr esboça e tudo quanto existe.../ Sou, num alto de monte, negra cruz,/ Onde bate o luar em noite triste.../ / Sou o espirito triste que murmura/ Neste silencio lúgubre das...
Meu Deus! meu Deus! quando me lembro agora/ De o ver brincar, e avisto novamente/ Seu pequenino Vulto transcendente,/ Mas tão perfeito e vivo como outrora!/ / Julgo que ele ainda vive; e que, lá fóra...
Como estou só no mundo! Como tudo/ É lagrima e silencio!/ / Ó tristêsa das Cousas, quando é noite/ Na terra e em nosso espirito!... Tristêsa/ Que se anuncia em vultos de arvoredos,/ Em rochas diluida...
Quando me deito ao pé da minha dôr,/ Minha Noiva-phantasma; e em derredor/ Do meu leito, a penumbra se condensa,/ E já não vejo mais que a noite imensa,/ Ante os meus olhos intimos, acêsos,/ Extatico...
Nasce a luz do luar dos derradeiros,/ Êrmos, soturnos pincaros sósinhos.../ Andam sombras no ar e murmurinhos/ E vagidos de luz... e os Pegureiros/ Descem, cantando, a encosta dos outeiros.../ / Tang...
Teu sêr tragicamente enternecido,/ Em desespero de alma transformado,/ Vae através do espaço escurecido/ E pousa no seu tumulo sagrado./ / E ele acorda, sentindo-o; e, comovido,/ Chora ao vêr teu esp...
Lúgubre solidão! Ó noite triste!/ Como sinto que falta a tua Imagem/ A tudo quanto para mim existe!/ / Tua bemdita e efémera passagem/ No mundo, deu ao mundo em que viveste,/ Á nossa bôa e maternal P...
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