José Santiago Naud

Brasil
n. 24 Jul 1930
Poeta/Ensaísta
Publicidade

Amor

Dentro da noite,
o som escuro de um monjolo
— pilão como nós chamávamos —
e a azenha mais distante, denunciavam
a clareza do riacho.

A fantástica visão do passado,
memória contando histórias!

Da janela fechada
uma frincha de luz ia incidir
no galho pendido, nítido aos meus olhos.
E bem na ponta —, seio tentando —
a rósea, a serena forma do pêssego
em sua penugem — puro e obsceno!
Havia vento, (não sei)
mas devia haver
quando o urubu, tétrico
e hirto no seu desequilíbrio,
pousou sobre a planta
e o fruto bicou,
e o fruto bicou
bem no jacto de luz.

José Santiago Naud, in 'Verbo Intranquilo'




Publicidade

Publicidade

Outros Poemas de José Santiago Naud:

Publicidade

Publicidade

© Copyright 2003-2025 Citador - Todos os direitos reservados | SOBRE O SITE