Basta, não posso mais, Mundo enganoso!
Findaram para mim teus vãos prazeres.
Envelheci com eles, que mais queres
Deste escravo ancião, fraco e rugoso?

Se o teu carro triunfal puxei, fogoso,
Quando inda forças tinha, nada esperes
Deste caduco mais: quanto fizeres
Para outra vez servir-te, é duvidoso.

Enquanto não pensei, fui encantado:
Bebendo em taças de ouro o teu engano,
Eu fui, por ti, em bruto transformado.

Graças, graças ao santo Desengano,
Que a forma de homem outra vez me há dado,
Livrando-me de um mágico tirano!

Francisco Joaquim Bingre, in 'Sonetos'
// Consultar versos e eventuais rimas

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3. Quanto é Melhor Calar, que Ser Ouvido
4. Paciência, um Sofrimento Voluntário
5. Ar
6. Com a Fortuna não Perde o Ser de Besta
7. O Avarento
8. Fogo
9. Deus, Infinito Ser
10. Basta, não Posso Mais, Mundo Enganoso!
11. Outono
12. Volúvel do Homem Foi Sempre a Vontade
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