Raul Bopp

Brasil
4 Ago 1898 // 2 Jun 1984
Poeta / Diplomata

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Cobra Norato - I

Um dia
eu hei de morar nas terras do Sem-fim

Vou andando caminhando caminhando
Me misturo no ventre do mato mordendo raízes

Depois
Faço puçanga de flor de tajá de lagoa
E mando chamar a Cobra Norato

- Quero contar-te uma história
Vamos passear naquelas ilhas decotadas?
Faz de conta que há luar

A noite chega mansinho
Estrelas conversam em voz baixa

Brinco então de amarrar uma fita no pescoço
E estrangulo a Cobra.

Agora sim
me enfio nessa pele de seda elástica
e saio a correr mundo

Vou visitar a rainha Luzia
Quero me casar com sua filha
- Então você tem que apagar os olhos primeiro
O sono escorregou nas pálpebras pesadas
Um chão de lama rouba a força dos meus passos

Raul Bopp, in 'Cobra Norato'




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