AbÃlio de Guerra Junqueiro
Portugal
15 Set 1850 // 7 Jul 1923
Escritor/Poeta/Jornalista/PolÃtico
15 Set 1850 // 7 Jul 1923
Escritor/Poeta/Jornalista/PolÃtico
Génios
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E disse-me: Poeta, ao longe no horizonte
Não vês quase a lamber a abóbada do céu
Brilhante e luminoso um túmido escarcéu?
Como alvacento leão, na rápida carreira
Vem sacudindo a juba... A natureza inteira
Cisma, contempla, escuta o cântico profundo
Em trágico silêncio. O Sol já moribundo
Resvala-lhe no dorso, iria-lho de chamas,
Como dum monstro enorme as fúlgidas escamas...
Rugindo enovelada em turbilhão insano,
A vaga colossal, rasoira do oceano,
Lá vem rolando grave, e deixa ao caminhar
Um campo atrás dum monte, um lago atrás dum
[mar!
Qual lúcida serpente agora ei-la decresce
Em curva indefinida;—alonga-se... parece
Que a terra há-de estoirar em brancos estilhaços
No cÃrculo fatal dos seus enormes braços.
Como galope infrene! Ei-la que chega!... voa
Num Ãmpeto feroz, num salto de leoa
Aos rudes alcantis! e em hórrida tormenta
Na rÃgida tranqueira o vagalhão rebenta,
Bramindo pelo ar: trepa, vacila, nuta,
E exânime por fim, vencida nesta luta,
Sem voz, sem força, inerte, exausta, esfarrapada .
Lá vai... aonde a leve a rÃspida nortada.
No entanto uma outra vaga e outra e outra e mais,
Exército sem fim de monstros colossais,
Lá partem do horizonte e vem uma por uma
Rugir e desfazer-se em flocos de alva espuma.
Mas neste galopar indómito, infinito
As ondas vão minando a rocha de granito...
Guerra Junqueiro, in 'A Musa em Férias'
// Consultar versos e eventuais rimas
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E disse-me: Poeta, ao longe no horizonte
Não vês quase a lamber a abóbada do céu
Brilhante e luminoso um túmido escarcéu?
Como alvacento leão, na rápida carreira
Vem sacudindo a juba... A natureza inteira
Cisma, contempla, escuta o cântico profundo
Em trágico silêncio. O Sol já moribundo
Resvala-lhe no dorso, iria-lho de chamas,
Como dum monstro enorme as fúlgidas escamas...
Rugindo enovelada em turbilhão insano,
A vaga colossal, rasoira do oceano,
Lá vem rolando grave, e deixa ao caminhar
Um campo atrás dum monte, um lago atrás dum
[mar!
Qual lúcida serpente agora ei-la decresce
Em curva indefinida;—alonga-se... parece
Que a terra há-de estoirar em brancos estilhaços
No cÃrculo fatal dos seus enormes braços.
Como galope infrene! Ei-la que chega!... voa
Num Ãmpeto feroz, num salto de leoa
Aos rudes alcantis! e em hórrida tormenta
Na rÃgida tranqueira o vagalhão rebenta,
Bramindo pelo ar: trepa, vacila, nuta,
E exânime por fim, vencida nesta luta,
Sem voz, sem força, inerte, exausta, esfarrapada .
Lá vai... aonde a leve a rÃspida nortada.
No entanto uma outra vaga e outra e outra e mais,
Exército sem fim de monstros colossais,
Lá partem do horizonte e vem uma por uma
Rugir e desfazer-se em flocos de alva espuma.
Mas neste galopar indómito, infinito
As ondas vão minando a rocha de granito...
Guerra Junqueiro, in 'A Musa em Férias'
// Consultar versos e eventuais rimas
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2. Regresso ao Lar
3. A Minha Filha
4. Minha Mãe, Minha Mãe!
5. Portugal
6. Vendo-a Sorrir
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8. Adoração
9. Evolução
10. Recordam-se Vocês do Bom Tempo d'Outrora
11. O Teu Aniversário
12. Elegia
13. O Amor
14. O Primeiro Filho
15. Canção de Batalha
16. Carta (a um Amigo que me Pediu Versos)
17. Carta a F.
18. A. L.
19. RuÃnas
20. Em Viagem
... Ver todos os 21 poemas
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