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Saúl Dias
(Júlio Maria dos Reis Pereira)

Portugal
1902 // 1983
Poeta

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Poeta

- Poeta errante,
de olhar vago e distante
e azul,
o teu perfil singular
recorta-se angular
ao norte e ao sul.

- Os teus fatos coçados
bate-os o vento
e leva-os aos bocados...

E os sapatos gastos
pedem grandes repastos,
abrem bocas, esfomeados.

(Nos bolsos, imagino
asas de borboletas,
molhos de folhas secas,
poeiras e papéis...)

- Poeta errante,
caem por terra os livros e a estante,
e as torres esguias das igrejas,
e as paredes velhas dos bordéis!...

- Poeta errante,
vamos dormir na sombra dos vergéis!...

Saúl Dias, in "Tanto"
// Consultar versos e eventuais rimas




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