António, é preciso partir!/ o moleiro não fia,/ a terra é estéril,/ a arca vazia,/ o gado minga e se fina!/ António, é preciso partir!/ A enxada sem uso,/ o arado enferruja,/ o menino quere o ...
Quando nasci, entre rendas e afagos egoístas,/ os rouxinóis, pela noite, namoravam a Primavera... / / Os sinos ficaram tolhidos e tristes/ Como se os meus gritos lhes pesassem na alma./ / Minha Mã...
Quem me Dera que a Minha Vida Fosse um Carro de Bois (63)
Quem me dera que a minha vida fosse um carro de bois/ Que vem a chiar, manhãzinha cedo, pela estrada,/ E que para de onde veio volta depois/ Quase à noitinha pela mesma estrada./ Eu não tinha que ...
É crua a vida. Alça de tripa e metal./ Nela despenco: pedra mórula ferida./ É crua e dura a vida. Como um naco de víbora./ Como-a no livro da língua/ Tinta, lavo-te os antebraços, Vida, lavo-m...
I/ / Quando se está completamente farto/ Quando se esgotou tudo/ O vinho o amor as cartas/ Quando se perdeu o vício/ Das sopas de camarões/ Das salsichas de Sarthe/ Quando a visão de um strip-tea...
Absorto, o Sábio antigo, estranho a tudo, lia.../ — Lia o «Livro da Vida» — herança inesperada,/ Que ao nascer encontrou, quando os olhos abria/ Ao primeiro clarão da primeira alvorada./ / P...
Quem se deleita em tornar minha vida impossível/ por todos os lados?/ Certamente estás rindo de longe,/ ó encoberto adversário!/ / Mas a minha paciência é mais firme/ que todas as sanhas da sor...
I / / Sou vil, sou reles, como toda a gente / Não tenho ideais, mas não os tem ninguém. / Quem diz que os tem é como eu, mas mente. / Quem diz que busca é porque não os tem. / / É com a imagin...
No meio do mundo faz frio,/ faz frio no meio do mundo,/ muito frio./ / Mandei armar o meu navio./ Volveremos ao mar profundo,/ meu navio!/ / No meio das águas faz frio./ Faz frio no meio das águas,...
É talvez o último dia da minha vida./ Saudei o sol, levantando a mão direita,/ Mas não o saudei, para lhe dizer adeus./ Fiz sinal de gostar de o ver ainda, mais nada./ / Alberto Caeiro, in Po...
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