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146 Poemas

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Uma Vida Esquecida (91)

Para o Fernando Alves dos Santos/ / Eu conheço o vidro franja por franja/ meticulosamente/ à porta parado um homem oco/ franja por franja no espaço/ meticulosamente oco uma porta parada./ /...

Ali (92)

Ali sofreste. Ali amaste./ Ali é a pedra do teu lar./ Ali é o teu, bem teu lugar./ Ali a praça onde jogaste/ o que o destino te quis dar./ / Ali ficou tua pegada/ impressa, firme, sobre o chão./ ...

Males de Anto (93)

A Ares n'uma aldeia/ / Quando cheguei, aqui, Santo Deus! como eu vinha!/ Nem mesmo sei dizer que doença era a minha,/ Porque eram todas, eu sei lá! desde o odio ao tedio./ Molestias d'alma para as ...
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Defeito de Fabrico (94)

Quando nasci, trazia de origem/ um farol que despejava luz a jorros/ sobre o que quer que fosse,/ mormente sobre as dobras/ pérfidas da noite./ / Mas, por estranho que pareça,/ também os faróis e...

Que por Ti Perdi (95)

O mar dentro da árvore, as nuvens/ dentro da terra sem fim,/ a luz. A luz dentro doutra luz/ que limitava as mãos e as abria/ para outras mãos dentro de um olhar./ / Batem na fornalha os ventos./ ...

Nem Hóspede Será do que Conheço (96)

Rasteja mole pelos campos ermos/ O vento sossegado./ Mais parece tremer de um tremor próprio,/ Que do vento, o que é erva./ E se as nuvens no céu, brancas e altas,/ Se movem, mais parecem/ Que gir...
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Paz aos Mortos (97)

Detestei sempre os arquitectos de infinito:/ como é feio fugir quando nos espera a vida!/ Nunca tive saudades do futuro/ e o passado... o passado vivi-o, que fazer?!/ - e não gosto que me ordenem v...

Tragédia (98)

Foi para a escola e aprendeu a ler/ e as quatro operações, de cor e salteado./ Era um menino triste:/ nunca brincou no largo./ Depois, foi para a loja e pôs a uso/ aquilo que aprendeu/ — vagaros...

Dedicatória (99)

A quem não basta a vida, a quem procura/ as luzes escondidas de outra noite/ deixo dedicatória e pronta fuga/ da treva que nos ronda até à morte./ / Mas já não sei mentir. Ruim figura./ Durou o...

Não Consentem os Deuses Mais que a Vida (100)

Não consentem os deuses mais que a vida./ Tudo pois refusemos, que nos alce/ A irrespiráveis píncaros,/ Perenes sem ter flores./ Só de aceitar tenhamos a ciência,/ E, enquanto bate o sangue em n...
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