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Augusto Casimiro

Portugal
11 Mai 1889 // 23 Set 1967
Poeta/Jornalista

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Voz das Lágrimas

Que belos são os olhos marejados,
- Ó meu Amor – de lágrimas!... Parece
Que sobre os nossos olhos extasiados
Toda a Beleza e toda a graça desce...

Que numa lágrima somente, – abraço
Infinito e divino, – os altos céus
A nossa alma e a vastidão do espaço,
Se beijam, fundem, – realizam Deus...

Deixa correr as lágrimas…Só vêem
Aquelas almas lúcidas que têm
Os olhos claros, doces, de chorar...

Almas de Amor, sem voz que diga tudo,
Deslumbradas de céu, num gesto mudo,
Choram...

E o Pranto é um modo de falar...

Augusto Casimiro, in 'Antologia Poética'




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