Voz débil que passas,
Que humílima gemes
Não sei que desgraças...
Dir-se-ia que pedes.
Dir-se-ia que tremes,
Unida às paredes,
Se vens, às escuras,
Confiar-me ao ouvido
Não sei que amarguras...
Suspiras ou falas?
Porque é o gemido,
O sopro que exalas?
Dir-se-ia que rezas.
Murmuras baixinho
Não sei que tristezas...
_ Ser teu companheiro? _
Não sei o caminho.
Eu sou estrangeiro.
_ Passados amores? _
Animas-te, dizes
Não sei que terrores...
Fraquinha, deliras.
_ Projetos felizes? _
Suspiras. Expiras.

Camilo Pessanha, in 'Clepsidra'
// Consultar versos e eventuais rimas

1. Não Sei se Isto é Amor
2. Floriram por Engano as Rosas Bravas
3. Porque o Melhor, Enfim
4. O Meu Coração Desce
5. Violoncelo
6. Branco e Vermelho
7. Caminho
8. Vida
9. Poema Final
10. Imagens que Passais pela Retina
11. Quem Rasgou os Meus Lençóis de Linho
12. Se Andava no Jardim
13. Depois da Luta e Depois da Conquista
14. Estátua
15. Em um Retrato
16. Na Cadeia os Bandidos Presos!
17. Canção da Partida
18. Quando Voltei Encontrei os Meus Passos
19. Lúbrica
20. Voz Débil que Passas
... Ver todos os 29 poemas