Disponibilidade Mental
Gostaria de exprimir uma ideia que me ocorreu recentemente. Quando estava a viver sozinho neste paÃs, notei como a monotonia de uma vida pacata estimula uma mente criativa. Existem algumas ocupações, mesmo na sociedade moderna, que requerem uma vida isolada e não exigem grande esforço fÃsico ou intelectual. Vêem-me à ideia ocupações como o serviço de faróis e de barcos-faróis. Seria possÃvel colocar jovens que desejem reflectir sobre problemas cientÃficos, especialmente de natureza matemática ou filosófica, nestas ocupações? Muito poucos jovens com semelhantes ambições têm, durante o perÃodo mais produtivo da sua vida, a oportunidade de se dedicarem, sem interrupções durante um certo perÃodo de tempo, a problemas de natureza cientÃfica. Mesmo um jovem que tenha a sorte de obter uma bolsa de estudo durante um perÃodo limitado de tempo é pressionado a chegar o mais depressa possÃvel a conclusões definitivas. Tal pressão apenas pode ser prejudicial a um estudante de ciência pura. Com efeito, o jovem cientista que começa uma profissão prática que lhe permite ganhar o suficiente para viver está numa posição muito melhor, assumindo, é claro, que a sua profissão lhe deixa tempo e energia suficientes para se dedicar ao trabalho cientÃfico.
Albert Einstein, in 'Discurso (1933)'